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análise
Cacofonia marca mensagens ao regime islâmico
DE WASHINGTON
Ao tentar reaproximar os
EUA do Irã, o presidente Barack Obama tem tido que lidar não só com a oposição de
Israel, seu principal aliado na
região, mas com as ressalvas
levantadas pelo que analistas
estão chamando de "falcões
obamistas", funcionários
que defendem linha mais dura em relação ao regime de
Teerã.
Esses seriam liderados pela secretária de Estado, Hillary Clinton, ausente tanto
dos preparativos da mensagem de anteontem como das
reações oficiais a ela.
A divergência de posições
entre os dois políticos quanto a como lidar com o regime
dos aiatolás é herança da
campanha, em que Obama
falava de "diálogo" enquanto
a ex-primeira-dama, sua rival na disputa pela candidatura democrata, cogitava a
hipótese de "aniquilar" o Irã,
em caso de ataque a Israel.
Esse ruído foi exacerbado
com a indicação de Dennis
Ross para ser o "conselheiro
especial do Departamento
de Estado para o golfo Pérsico e o sudoeste Asiático"-isto é, para o Irã. Ex-membro
da administração de Bill
Clinton (1993-2001), o diplomata foi diretor do Jewish
People Policy Planning Institute, baseado em Jerusalém, e defendeu a invasão do
Iraque pelos EUA em 2003.
A ambiguidade do time de
política externa explicaria os
sinais confusos emitidos ora
pela Casa Branca, ora pela
Chancelaria em relação a como lidar com o Irã.
Há poucos dias, por exemplo, Obama renovou por um
ano as sanções econômicas
contra o país. Há poucos
dias, por sua vez, Hillary
anunciou que convidaria
membros do governo dos
aiatolás para uma reunião
sobre o Afeganistão a ser feita no âmbito da ONU no próximo dia 31.
A aparente falta de sintonia podia ser sentida nas entrevistas coletivas dadas ontem por porta-vozes de ambas as instâncias. Enquanto
Robert Gibbs, da Casa Branca, aludia à possibilidade de
novas ações amistosas em
relação ao Irã, Robert Wood,
do Estado, dizia que não podia afirmar com certeza em
que grau se deu a participação da Chancelaria no vídeo.
A única constante parece
ser a tensão do aliado Israel a
respeito de qualquer movimento dos EUA em direção a
uma distensão com o Irã.
(SD)
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