São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011

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Síria tem 5ª vítima no 3º dia seguido de protestos

No sul, manifestantes põem fogo no palácio da Justiça; regime mata um

Sede de partido e outros edifícios também são incendiados; forças "blindam" cidade para impedir uma escalada

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

No terceiro dia consecutivo de protestos na Síria, milhares de manifestantes foram às ruas protestar contra a morte de quatro pessoas na última sexta-feira e exigir o fim do regime de exceção -que já dura 48 anos.
A sede do partido governista Baath e o Palácio de Justiça, além de edifícios, veículos e cabines telefônicas, foram incendiados pelos manifestantes na cidade de Deraa, ao sul da capital, Damasco.
A polícia reagiu com tiros e gás lacrimogêneo. Uma pessoa foi morta.
A violência em Deraa, cidade de cerca de 300 mil habitantes, está se tornando um desafio para o ditador Bashar Assad. Desde sexta-feira, as forças de segurança impuseram um cordão de segurança ao redor da cidade, permitindo que pessoas saíssem, mas não entrassem.
Centenas de manifestantes tentaram entrar no palácio do governador, mas foram reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo e disparos. Estimam-se mais de cem feridos.
Uma das empresas de telefonia atingidas, a Syriatel, pertence a Rami Makhlouf, um primo do ditador que está sob sanções dos EUA por suspeitas de corrupção.
No sábado, cerca de 10 mil pessoas se reuniram no funeral que homenageava dois dos quatro manifestantes mortos pelas forças oficiais na véspera.
As quatro vítimas haviam sido mortas em uma manifestação pacífica que pedia a liberação de 15 jovens estudantes detidos por fazer grafites em muros da cidade. Eles reclamavam da corrupção e da falta de liberdade.
Na tentativa de conter os protestos, o governo prometeu liberar os jovens. Na capital, Damasco, houve protestos pela liberação de milhares de prisioneiros políticos.

INSTABILIDADE
A Síria tem um dos regimes mais duros da região. A oposição é esmagada pelo governo, que tem rígido controle da mídia e impõe prisão aos críticos.
O país foi um dos últimos a sofrer os efeitos da onda de revoltas no mundo árabe.
O Baath governa o país desde 1963, quando deu um golpe de Estado e reprimiu a oposição. O país é também um modelo de ditadura hereditária na região.
O atual líder do país assumiu o poder em 2000, sucedendo o pai, Hafez, cujo regime durou 29 anos. Apesar dos abusos, Assad é popular no mundo árabe, pois é visto como um dos poucos líderes a fazer frente a Israel.


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