São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011

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Cantor popular exibe confiança na vitória

DA ENVIADA A PORTO PRÍNCIPE

"Agora eu tenho todos os problemas. Mas o povo do Haiti escolheu o garoto-problema. O maior problema para eles já aconteceu", diz Michel Martelly, exibindo confiança de que será o próximo presidente do Haiti.
Nas últimas semanas de campanha, o cantor de kompa passou a ter de responder sobre seu comportamento do passado -usuário de droga, por exemplo- ou as acusações de que foi ligado à milícia duvalierista, a ditadura entre 1951 a 1986.
"O que aconteceu no passado fica no passado. Os haitianos me conhecem e pagavam caro para me ver. Agora tudo virou problema."
Na suíte presidencial do Karibe, um hotel cinco estrelas de Porto Príncipe, Martelly fez críticas indiretas ao ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, a quem ameaçou duramente em um vídeo disponível no YouTube.
Acusado de insuflar seus apoiadores a protestar nas ruas -houve incidentes violentos-, ele se defendeu.
"Essa é uma cultura do sistema em vigor. Por isso eu criticava o governo de que falávamos [de Aristide], por esse cultura de levar o povo para as ruas queimar pneus. Eu sou contra isso. Eu sou um capitalista, um homem de negócios. Mas, por outro lado, as pessoas têm direito de protestar pacificamente."
Martelly também minimiza os problemas que tanto ele como sua adversária Mirlande Manigat terão para lidar com o Congresso, no qual não terão maioria.
Além do presidente, ontem seriam escolhidos em segundo turno sete senadores e 77 deputados.
No sistema haitiano, o presidente convive com um primeiro-ministro.
Quanto à proposta de restaurar as Forças Armadas, disse: "Planejo construir uma força nacional, não exatamente Forças Armadas. Não imagino o Haiti em guerra com outros países. Espero construí-la com a ajuda da Minustah [a missão na ONU no país] e outros países com expertise na matéria. As antigas Forças Armadas tinham de ser destruídas. O que temos de mudar é o conceito."


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