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ARGENTINA
Província de Catamarca elege seu governador
Eleição hoje pode ser
decisiva para Menem
MAURÍCIO SANTANA DIAS
de Buenos Aires
Embora os eleitores de Catamarca respondam por apenas 0,7% do
eleitorado da Argentina, a eleição
de hoje para governador da Província poderá decidir os rumos da
política nacional este ano.
O candidato favorito é Oscar
Castillo, da Frente Cívica e Social,
uma coalizão da UCR (União Cívica Radical) com partidos menores.
Segundo as pesquisas, Castilho
tem 45,3% das intenções de voto,
contra 32,6% do seu principal oponente, Ramón Saadi, do Partido
Justicialista.
Há oito anos no governo de Catamarca, a UCR tem mais de 50% de
aprovação popular, o que aumenta
o cacife de Oscar Castillo. Como se
não bastasse, Castillo é filho do
atual governador, Arnoldo.
Na sexta à tarde, o presidente
Carlos Menem foi pela terceira vez
fazer campanha em Catamarca.
Tenta virar o placar a favor de Saadi e obter uma espécie de vitória
pessoal -que lhe serviria de passaporte para continuar brigando
por seu projeto reeleicionista.
Mas tudo leva a crer que Catamarca enterrará de vez o sonho do
presidente de um terceiro mandato consecutivo. Não só as pesquisas abonam essa previsão, mas
também os desgastes sofridos pelo
menemismo nos últimos dias.
As eleições de Catamarca acontecem talvez no pior momento político do presidente Menem. Depois
de voltar com toda a carga ao tema
da "re-reeleição", coisa que a
Constituição argentina proíbe,
Menem passou por maus momentos na última semana.
Primeiro, a oposição e um amplo
setor do Partido Justicialista -que
apóia o governador de Buenos Aires, Eduardo Duhalde- se uniram
pela Constituição e contra Menem.
Dessa união ficou acertado que
se realizará na capital e na Província de Buenos Aires, provavelmente no próximo dia 28, um plebiscito para saber quem é favorável a
que Menem continue no poder
(estima-se que mais de 70% dos argentinos sejam contra).
Menem poderia ser recompensado caso Saadi, um fervoroso adepto da "re-reeleição", vencesse hoje.
No entanto, se as pesquisas se
confirmarem, e Saadi for derrotado, isso poderá representar um xeque-mate para o presidente Menem, que provavelmente teria de
renunciar publicamente ao seu
projeto -como já o fizera em julho de 98- antes que o plebiscito
terminasse de liquidá-lo.
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