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ÁFRICA
Apuração parcial indica 75% dos votos para Obasanjo, que pode se reeleger já no primeiro turno
Presidente sai na frente em eleição na Nigéria
DA REDAÇÃO
O presidente Olusegun Obasanjo está liderando as apurações
iniciais das eleições na Nigéria,
realizadas anteontem.
A Nigéria é o país mais populoso da África, com aproximadamente 126 milhões de habitantes
de 250 grupos étnicos. Estima-se
que metade da população foi às
urnas em 36 Estados e na capital,
Abuja, para escolher o presidente
e também os governadores.
Até o fechamento desta edição,
mais de 9 milhões de votos haviam sido contabilizados em 16
Estados e na região da capital federal. O cristão Obasanjo, que assumiu a Presidência após a eleição de 1999 que pôs fim a 15 anos
de governo militar, lidera com
cerca de 75% dos votos apurados
(7,1 milhões). Seu principal oponente, o muçulmano Muhammadu Buhari, tinha 21% dos votos
(1,6 milhão). Outros 17 candidatos concorriam à Presidência.
Se essa tendência for confirmada, Obasanjo poderá ser eleito no
primeiro turno. Para que isso
ocorra, um candidato deve obter
a maioria em todo o território nacional e pelo menos 25% dos votos válidos em dois terços dos Estados do país.
Essa eleição é um teste para a
frágil democracia nigeriana, que
nunca assistiu a uma transição
bem-sucedida entre dois governos civis. Apesar de ser um dos oito maiores produtores de petróleo do mundo, esse país da África
ocidental é bastante pobre e possui um violento histórico de golpes e embates étnicos e religiosos.
Ontem, enquanto os funcionários contavam os votos, a tensão
era grande. Líderes da oposição
estão acompanhando atentamente a contagem antes de decidir se
vão aceitar os resultados ou lançar
uma nova onda de protestos, que
poderia resultar em violência.
A comissão eleitoral prometeu
cancelar os resultados em áreas
com casos provados de fraude.
"Onde houve violência substancial e urnas desapareceram, os resultados não serão aceitos", afirmou Hakeem Baba-Ahmed, secretário da comissão.
O governo de Obasanjo gerou
alguns benefícios na liberdade individual e de imprensa. Mas explosões de violência política, religiosa e étnica deixaram mais de 10
mil mortos desde que ele assumiu
o poder, em 1999, incluindo dezenas de civis massacrados por tropas do governo. A oposição afirma que ele fez pouco na luta contra a pobreza e a corrupção.
Com agências internacionais
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