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São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

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ÁFRICA

Apuração parcial indica 75% dos votos para Obasanjo, que pode se reeleger já no primeiro turno

Presidente sai na frente em eleição na Nigéria

DA REDAÇÃO

O presidente Olusegun Obasanjo está liderando as apurações iniciais das eleições na Nigéria, realizadas anteontem.
A Nigéria é o país mais populoso da África, com aproximadamente 126 milhões de habitantes de 250 grupos étnicos. Estima-se que metade da população foi às urnas em 36 Estados e na capital, Abuja, para escolher o presidente e também os governadores.
Até o fechamento desta edição, mais de 9 milhões de votos haviam sido contabilizados em 16 Estados e na região da capital federal. O cristão Obasanjo, que assumiu a Presidência após a eleição de 1999 que pôs fim a 15 anos de governo militar, lidera com cerca de 75% dos votos apurados (7,1 milhões). Seu principal oponente, o muçulmano Muhammadu Buhari, tinha 21% dos votos (1,6 milhão). Outros 17 candidatos concorriam à Presidência.
Se essa tendência for confirmada, Obasanjo poderá ser eleito no primeiro turno. Para que isso ocorra, um candidato deve obter a maioria em todo o território nacional e pelo menos 25% dos votos válidos em dois terços dos Estados do país.
Essa eleição é um teste para a frágil democracia nigeriana, que nunca assistiu a uma transição bem-sucedida entre dois governos civis. Apesar de ser um dos oito maiores produtores de petróleo do mundo, esse país da África ocidental é bastante pobre e possui um violento histórico de golpes e embates étnicos e religiosos.
Ontem, enquanto os funcionários contavam os votos, a tensão era grande. Líderes da oposição estão acompanhando atentamente a contagem antes de decidir se vão aceitar os resultados ou lançar uma nova onda de protestos, que poderia resultar em violência.
A comissão eleitoral prometeu cancelar os resultados em áreas com casos provados de fraude. "Onde houve violência substancial e urnas desapareceram, os resultados não serão aceitos", afirmou Hakeem Baba-Ahmed, secretário da comissão.
O governo de Obasanjo gerou alguns benefícios na liberdade individual e de imprensa. Mas explosões de violência política, religiosa e étnica deixaram mais de 10 mil mortos desde que ele assumiu o poder, em 1999, incluindo dezenas de civis massacrados por tropas do governo. A oposição afirma que ele fez pouco na luta contra a pobreza e a corrupção.


Com agências internacionais


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