UOL


São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ISRAEL

Soldados destruíram túneis que eram supostamente usados para contrabandear armas do Egito

Operação militar mata 5 palestinos em Rafah

DA REDAÇÃO

Mais de 15 mil pessoas carregando rifles e bandeiras participaram do enterro de cinco palestinos mortos no campo de refugiados de Rafah (faixa de Gaza) durante uma operação militar de Israel. A operação, realizada na madrugada de sábado para domingo, buscava túneis supostamente usados para o contrabando de armas vindas do Egito.
Segundo o Exército de Israel, os soldados encontraram e destruíram em Rafah dois túneis com 30 metros de profundidade. Segundo testemunhas, foram demolidas também oito casas, incluindo a de Mahmoud Abu Shmallah, líder do grupo Hamas em Rafah.
"Rafah é um exemplo dos gestos de boa vontade de Israel", disse Abdel-Aziz al Rantissi, do Hamas. "Nosso povo está convencido de que Israel quer apenas acordos [de paz" que atendam aos seus objetivos. Nosso povo está preferindo a resistência."
Médicos palestinos disseram que dois dos mortos em Rafah eram civis -um garoto de 14 anos e um homem de 32. Eles afirmaram que 70 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram feridas. Gadi Shamni, comandante das tropas israelenses na faixa de Gaza, disse que a maioria dos palestinos mortos em Rafah era de atiradores e que os ferimentos em civis foram causados por causa da troca de tiros no enfrentamento.
Desde o início da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), há 30 meses, 2.005 palestinos and 733 israelenses foram mortos em conflitos.
O ataque israelense a Rafah coincidiu com os esforços que vêm sendo feitos pelos líderes palestinos para chegar a um acordo, até quarta-feira, que permita a Mahmoud Abbas, primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), obter aprovação parlamentar para seu gabinete. Se o prazo não for cumprido, Iasser Arafat, presidente da ANP, poderá indicar outro líder do Fatah, seu grupo político, para o cargo.
Os Estados Unidos exigiram que Arafat fosse afastado e pediram medidas anticorrupção e reformas democráticas na ANP. Uma vez que o novo governo de Abbas assuma, o presidente americano, George W. Bush, se compromete a apresentar um plano de paz que leve à criação de um Estado palestino em 2005.


Com agências internacionais


Texto Anterior: África: Presidente sai na frente em eleição na Nigéria
Próximo Texto: Panorâmica - Venezuela: Coronel que se rebelou contra Chávez é preso
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.