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IRAQUE OCUPADO
Após acordo entre coalizão e autoridades locais, polícia iraquiana volta a Fallujah; cerco a Najaf termina
Ataque contra prisão mata 22 em Bagdá
DA REDAÇÃO
Pelo menos 22 iraquianos detidos na prisão de Abu Ghraib, a
maior de Bagdá, morreram e 92
foram feridos ontem em um ataque com morteiros que os EUA
buscam esclarecer. Os mortos
eram supostos integrantes do regime deposto e da insurgência
contra as forças de ocupação.
"Não é a primeira vez que vemos esse tipo de ataque. Não sabemos se eles estavam tentando
provocar um levante ou ajudar na
fuga dos presos", disse o general
Mark Kimmitt, vice-chefe de operações americanas no Iraque.
Durante uma patrulha em Bagdá, marines americanos acharam
o local de onde foram disparados
os morteiros. Os responsáveis pelo ataque -o pior contra o complexo na região oeste da capital
durante quase um ano de pós-guerra- já haviam fugido.
Soberania limitada
A violência tem se mostrado um
empecilho para a transição política no Iraque. O vice-secretário da
Defesa dos EUA, Paul Wolfowitz,
disse que 30 de junho -quando a
Autoridade Provisória da Coalizão será extinta e um governo interino iraquiano será criado-
não é "uma data mágica", mas
"apenas um passo no processo".
Durante seu depoimento a uma
comissão do Senado, Wolfowitz
afirmou que a soberania que o
país reconquistará em junho será
"limitada" por uma resolução da
ONU e que o Exército americano
continuará operando livremente
no país. "Se instalarmos um governo soberano, isso significa que
a princípio ele teria o poder soberano de dizer o que as tropas poderiam fazer no país", disse Wolfowitz, acrescentando que pedirá
uma análise jurídica da questão.
Em todo caso, devemos estar dispostos a negociar."
O processo transitório deve ser
coordenado pela ONU. Mas em
Roma, o representante da entidade no Iraque, Lakhdar Brahimi,
disse que as Nações Unidas querem garantias de segurança e a definição clara de seu papel para enviar uma nova missão de envergadura ao país -a ONU esteve ausente do Iraque por três meses
após sofrer dois atentados.
Fallujah e Najaf
Apesar ataque à prisão bagdali,
as tensões se acalmaram nas duas
principais frentes de conflito, Fallujah (oeste) e Najaf (sul). O comandante militar dos EUA no
Iraque, general Ricardo Sanchez,
disse que suas forças mataram pelo menos mil insurgentes em confrontos em abril -a maioria dos
quais ocorrida nas duas cidades.
Após a celebração de um acordo, anteontem, entre as forças de
ocupação e as autoridades de Fallujah, cerca de 200 policiais iraquianos voltaram para a cidade
sunita que passou as duas últimas
semanas cercada pelos EUA e onde 600 iraquianos foram mortos
-ontem, mais oito suspeitos
morreram em ataque americano.
O chefe do Estado-Maior das
Forças Armadas dos EUA, general Richard Myers, referiu-se a Fallujah como "um ninho de ratos
que deve ser limpo" e defendeu as
ações na cidade.
Mediante o acordo, que permite
o retorno de quase 100 mil civis
(dos 300 mil moradores) que deixaram Fallujah no período, os
EUA suspenderão suas ações e os
insurgentes deporão suas armas.
O comando americano também
ordenou a retirada dos cerca de
2.500 marines que cercam Najaf, a
cidade sagrada xiita onde está o
clérigo radical Moqtada al Sadr, líder de um levante contra os EUA.
"O problema com Al Sadr envolve toda a comunidade xiita e o
fato de a cidade [Najaf] ser sagrada", disse o general Sanchez, justificando a retirada. Os EUA haviam prometido matá-lo ou capturá-lo na semana passada. "Se o
encontramos em combate, vamos
matá-lo", disse Sanchez ontem.
Depois de a Espanha anunciar a
saída de seus 1.300 soldados do
Iraque, anteontem foi a vez de
Honduras dizer que seu contingente de 370 militares deixará o
país em dois meses. A Tailândia
também ameaçou retirar sua
equipe de 451 médicos e engenheiros. Apesar dos anúncios, a
Casa Branca disse que a coalizão
que lidera "segue estável e forte".
Com agências internacionais
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