São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2011

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Fotógrafo indicado ao Oscar morre durante conflito

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

"Se você me perguntar se quero cobrir outra guerra", disse em julho passado à Folha o fotógrafo britânico Tim Hetherington, "a resposta é 'nem um pouco'". Ontem, ele morreu, aos 40 anos, cobrindo os conflitos na Líbia.
Hetherington foi atingido por tiros de morteiro que também resultaram na morte do fotógrafo Chris Hondros, 41, da agência Getty, na cidade de Misrata (oeste).
Guy Martin, da agência Panos, e Michael Brown, freelancer, sofreram ferimentos mais leves.
Misrata está sob controle de rebeldes anti-Muammar Gaddafi. Forças do governo a atacam continuamente. Não está clara a origem do morteiro que atingiu o grupo.
As últimas afirmações de Hetherington no microblog Twitter diziam: "Forças de Gaddafi bombardeiam indiscriminadamente. Nenhum sinal da Otan [aliança militar ocidental]."
Diversas vezes premiado, Hetherington conquistou fama mundial em 2010, por codirigir o documentário "Restrepo", sobre a guerra do Afeganistão. O filme foi indicado ao Oscar.
Quando conversou com a reportagem sobre o filme, Hetherington estava vivendo em Nova York, colaborando para a revista "Vanity Fair" e recuperado de uma perna estilhaçada durante um ataque do Taleban. Disse estar muito satisfeito por trocar a poeira do Oriente Médio pelos eventos cinematográficos.
Planejava dedicar-se à ficção. Mas não escondeu que era "fácil ficar viciado" em guerras. "Não pela adrenalina, mas porque há várias emoções cristalizadas num espaço bem definido."
Seus trabalhos mais famosos foram feitos em conflitos, muitos na África. Atuou em Serra Leoa, Libéria e Nigéria.


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