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São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2003

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GUERRA SEM LIMITES

Alerta na Arábia Saudita inclui também dois consulados; Alemanha e Reino Unido seguem exemplo

Terror leva EUA a fechar embaixada em Riad

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Os EUA, o Reino Unido e a Alemanha fecharam ontem suas representações diplomáticas na Arábia Saudita, temendo novos e "iminentes" ataques terroristas da rede Al Qaeda.
Internamente, o governo de George W. Bush também elevou de "amarelo" (elevado) para "laranja" (alto) o indicador para possíveis ataques em território americano.
As decisões nos EUA e na Europa foram tomadas depois de um alerta do FBI (a polícia federal americana) sobre movimentações da rede Al Qaeda.
"Os recentes atentados no Marrocos e na Arábia Saudita são possivelmente um prelúdio para ataques nos EUA", disse um informe do FBI que vazou ao público.
O FBI tem 60 agentes na Arábia Saudita investigando os ataques da semana passada em Riad. Atribuída à rede comandada por Osama bin Laden, a ação matou 34 pessoas (nove terroristas suicidas), entre elas oito americanos.
Os EUA decidiram fechar por tempo indeterminado a embaixada em Riad e os consulados em Jidda e Dhahran. Há um mês, os americanos transferiram para o Qatar mais de 5.000 mil militares de uma base na Arábia Saudita.
Alertados pelo FBI, os ingleses decidiram também fechar, mas apenas por hoje, as suas representações diplomáticas e comerciais. A Alemanha disse que faria o mesmo por dois dias.
O indicador de possíveis ataques terroristas nos EUA passou ao penúltimo grau em sua escala de cinco cores. Ela vem ganhando mais críticos, que vêem o mecanismo como uma fonte de "pânico" ou "piada" entre a população.
O "laranja" significa mais policiais nas ruas, aumento no controle em portos e aeroportos e, principalmente, mais gastos para as administrações estaduais e de grandes cidades americanas.
Na semana passada, o Departamento de Segurança Interna gastou US$ 15 milhões para realizar simulações de ataques terroristas em Chicago e Seattle. Ontem, o secretário da pasta, Tom Ridge, foi questionado no Congresso sobre a eficácia dessa medida.
O Congresso começou a examinar um relatório sobre os planos do Pentágono de desenvolver um supercomputador capaz de localizar, copiar e armazenas dados pessoais e corporativos que circulam pela internet. Em fevereiro, os parlamentares barraram o uso de algo similar contra americanos.
No Congresso, cresce entre os democratas, a estratégia de atacar Bush não apenas na economia, mas na cobrança de resultados no combate ao terror, especialmente após os atentados recentes.


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