|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE OCUPADO
País quer que sua proposta pelo fim das sanções seja votada hoje
EUA aceitam mais influência da ONU
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Em busca de apoio a uma resolução que acabe com as sanções
econômicas ao Iraque, os EUA
apresentaram nova proposta que,
em tese, aumenta a influência da
ONU na reconstrução do país.
Washington disse esperar que o
texto seja votado logo. Mas o embaixador dos EUA na ONU, John
Negroponte, disse que isso não
deverá ocorrer antes de amanhã.
É o terceiro projeto elaborado
pelos EUA, que acrescenta a palavra "independente" para denominar o trabalho do representante que seria nomeado pela ONU para trabalhar no Iraque. A proposta anterior deixava claro que o enviado das Nações Unidas a Bagdá
não teria mais poderes que a administração anglo-americana no
Iraque pós-Saddam Hussein.
Além disso, o novo texto, que
tem o apoio do Reino Unido e da
Espanha -membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU-,
deixa de estabelecer um prazo
máximo de 12 meses para a duração do governo provisório. Americanos e britânicos mandariam
no país até que um governo "representativo e internacionalmente reconhecido" seja estabelecido.
O programa Petróleo por Comida teria sua sobrevida prolongada
de quatro para seis meses, contados a partir de 3 de junho.
A proposta permitirá ainda à
ONU dar continuidade aos contratos assinados durante o regime
de Saddam com companhias russas, um dos obstáculos que o texto
anterior colocava à busca de um
consenso dentro do CS.
O texto inicialmente proposto
pelos EUA permitia a continuidade apenas de contratos que se referiam a assistência humanitária
direta -como comida e água tratada. Agora, seriam mantidos
também acordos que dizem respeito a itens industriais.
Com os novos planos, o governo americano espera conseguir
aprovação do CS da ONU. Declarações dadas ontem por russos e
chineses sinalizaram que os dois
países estariam mais inclinados a
apoiar o último projeto.
Se a proposta for aprovada, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, prometeu que anunciará
"muito rapidamente" o nome de
seu enviado para o Iraque.
Estabelecidas após Saddam
Hussein invadir o Kuwait, em
1990, as sanções são apontadas
agora pelo governo americano
como empecilho à reconstrução
do Iraque depois da guerra.
Elas impedem, entre outras coisas, que as companhias dos EUA
que assinaram contratos para trabalhar no país levem equipamentos para o território iraquiano.
Texto Anterior: Oriente Médio: Bush telefona a Mazen e a Sharon para salvar plano Próximo Texto: Soros pretende fiscalizar uso do petróleo do país Índice
|