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São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2003

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IRAQUE OCUPADO

País quer que sua proposta pelo fim das sanções seja votada hoje

EUA aceitam mais influência da ONU

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

Em busca de apoio a uma resolução que acabe com as sanções econômicas ao Iraque, os EUA apresentaram nova proposta que, em tese, aumenta a influência da ONU na reconstrução do país.
Washington disse esperar que o texto seja votado logo. Mas o embaixador dos EUA na ONU, John Negroponte, disse que isso não deverá ocorrer antes de amanhã.
É o terceiro projeto elaborado pelos EUA, que acrescenta a palavra "independente" para denominar o trabalho do representante que seria nomeado pela ONU para trabalhar no Iraque. A proposta anterior deixava claro que o enviado das Nações Unidas a Bagdá não teria mais poderes que a administração anglo-americana no Iraque pós-Saddam Hussein.
Além disso, o novo texto, que tem o apoio do Reino Unido e da Espanha -membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU-, deixa de estabelecer um prazo máximo de 12 meses para a duração do governo provisório. Americanos e britânicos mandariam no país até que um governo "representativo e internacionalmente reconhecido" seja estabelecido.
O programa Petróleo por Comida teria sua sobrevida prolongada de quatro para seis meses, contados a partir de 3 de junho.
A proposta permitirá ainda à ONU dar continuidade aos contratos assinados durante o regime de Saddam com companhias russas, um dos obstáculos que o texto anterior colocava à busca de um consenso dentro do CS.
O texto inicialmente proposto pelos EUA permitia a continuidade apenas de contratos que se referiam a assistência humanitária direta -como comida e água tratada. Agora, seriam mantidos também acordos que dizem respeito a itens industriais.
Com os novos planos, o governo americano espera conseguir aprovação do CS da ONU. Declarações dadas ontem por russos e chineses sinalizaram que os dois países estariam mais inclinados a apoiar o último projeto.
Se a proposta for aprovada, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, prometeu que anunciará "muito rapidamente" o nome de seu enviado para o Iraque.
Estabelecidas após Saddam Hussein invadir o Kuwait, em 1990, as sanções são apontadas agora pelo governo americano como empecilho à reconstrução do Iraque depois da guerra.
Elas impedem, entre outras coisas, que as companhias dos EUA que assinaram contratos para trabalhar no país levem equipamentos para o território iraquiano.


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