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Soros pretende
fiscalizar uso do
petróleo do país
DE NOVA YORK
O investidor George Soros
anunciou ontem que montará
uma organização para fiscalizar o uso que o governo americano fará do petróleo iraquiano. Para ele, as propostas apresentadas pelos EUA para colocar fim às sanções contra o país
dão excessivos poderes à administração americana no Iraque.
"Há uma crença generalizada
de que a guerra foi feita por
causa de petróleo e que ela
ocorreu para beneficiar as Halliburtons e as Bechtels do
mundo", disse Soros, em referência a duas empresas contratadas para participar da reconstrução do país.
Ele disse que nem mesmo a
proposta revista do governo
americano é suficiente. "A revisão abre caminho para a ONU
ter papel construtivo, mas o
bom trabalho do representante
especial da ONU ainda dependeria das forças ocupadoras",
afirmou Soros, crítico contumaz da administração de George W. Bush.
O investidor esteve ontem na
sede das Nações Unidas, em
Nova York. Seu objetivo era
pressionar os outros 14 membros do Conselho de Segurança
a exigir alterações no texto
apresentado pelo governo
americano.
Mesmo com as mudanças introduzidas no papel da ONU, a
nova proposta dos EUA não
muda o controle do petróleo
iraquiano -o texto fala em direcionar o dinheiro de suas exportações para um fundo administrado por americanos e
britânicos.
Mesmo com um conselho integrado pela ONU, pelo FMI e
pelo Banco Mundial para supervisionar o fundo, o destino
do faturamento obtido com o
petróleo iraquiano estaria basicamente nas mãos das forças
ocupadoras.
Ontem, além de reclamar do
petróleo, Soros disse esperar
que a dívida externa que o Iraque contraiu durante o regime
de Saddam Hussein não seja
paga. "Acho que isso mandaria
um sinal muito saudável para
os mercados financeiros de que
abrir crédito para ditaduras
não é algo sem riscos", afirmou
ele.
(RD)
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