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ENTENDA O CASO
Cuba e os EUA vivem escalada das tensões
DA REDAÇÃO
A mais recente escalada nas
tensões diplomáticas entre os
EUA e Cuba teve início em 7 de
março quando o ditador cubano, Fidel Castro, acusou o chefe
do Escritório de Interesses dos
EUA em Havana, James Cason,
de apoiar dissidentes cubanos e
ameaçou fechar a representação americana no país.
Cason convidou dissidentes
para reuniões em sua casa e criticou publicamente o regime.
Segundo o diplomata, "o governo cubano tem medo da liberdade de consciência, medo da liberdade de expressão, medo dos direitos humanos".
Cuba acusou a representação
dos EUA de dar ajuda material
à oposição. Os dois países não
têm relações diplomáticas.
Em discurso na Assembléia
Nacional, Fidel, no poder desde
1959, definiu a atitude do cônsul como "uma provocação desavergonhada e desafiadora".
Para o Departamento de Estado dos EUA, o trabalho de
Cason em Havana seria "consistente com os valores e as
prioridades americanas".
Em 19 de março, Cuba prendeu dezenas de dissidentes,
acusados de participar de uma
"conspiração" envolvendo Cason; 75 foram sentenciados sumariamente a até 28 anos de cadeia. "É a mais intensa onda
de repressão dos últimos
anos", disse Elizardo Sánchez,
da Comissão Cubana de Direitos Humanos.
Em 11 de abril, três homens
condenados em Cuba pelo sequestro de uma lancha de passageiros foram fuzilados. Haviam sido condenados apenas
três dias antes.
O sequestro da lancha, com a
qual seus autores pretendiam
fugir para os EUA, ocorrera em
2 de abril. Antes, dois aviões
haviam sido sequestrados.
As execuções e as prisões foram condenadas internacionalmente. O governo brasileiro não se manifestou.
Em 11 de maio, em entrevista
ao jornal argentino "Página
12", Fidel Castro justificou a repressão como uma "questão de
vida ou morte", necessária para
frear um confronto militar com
os EUA.
Segundo ele, "a máfia terrorista de Miami [exilados cubanos na Flórida], aliada à extrema direita americana", estaria
alimentando a eclosão de uma
crise migratória, que seria utilizada como pretexto para um
bloqueio naval da ilha de Cuba,
"o que inevitavelmente levaria
à guerra". (OTÁVIO DIAS)
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