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Palestinos islâmicos abrem fogo no Líbano
Confronto com Exército em campo de refugiados mata 50, calcula a Reuters
Incidente começou perto de Trípoli; guardas perseguiam assaltantes; grupo radical é
apoiado por Damasco e se diz inspirado pela Al Qaeda
DA REDAÇÃO
Confrontos no Líbano entre
o Exército e um grupo islâmico
que atua entre refugiados palestinos terminaram ontem, na
cidade de Trípoli, com a morte
de 25 soldados e 15 extremistas,
segundo a agência Reuters.
Os incidentes começaram
quando a polícia libanesa perseguia supostos assaltantes de
banco e passou a trocar tiros
com integrantes da milícia Fatah al Islam, grupo que diz adotar o modelo da Al Qaeda e tem
como base o campo de refugiados de Nahn al Bared.
Os atritos se espalharam rapidamente na direção de Trípoli, 85 km ao norte de Beirute. O
Exército registrou três ataques
a patrulhas em outras regiões
do país. Num deles, quatro soldados foram mortos.
O Fatah al Islam foi criado
em novembro do ano passado,
como dissidência do Fatah al
Intifada, financiado pela Síria.
Em dezembro último ameaçou
matar 36 personalidades opostas à influência síria no Líbano.
A polícia libanesa atribuiu ao
grupo o assassinato, em fevereiro, de três ocupantes de dois
ônibus que transportavam libaneses cristãos em Ain Alaq.
A intensidade do inesperado
confronto de Trípoli motivou o
Exército a sair à caça de extremistas islâmicos palestinos em
outros campos de refugiados, o
que cria um problema, já que os
campos, administrados pela
ONU, não estão sob jurisdição
libanesa.
O líder do grupo, Shakir al
Absi, disse há um mês ao "New
York Times" que não pretendia
atingir alvos no Líbano e que
priorizava o recrutamento de
militantes no Iraque. Ele era ligado a Abu Mussab al Zarqawi,
representante iraquiano da Al
Qaeda morto no ano passado.
Tão logo as hostilidades de
ontem se intensificaram, o
Exército libanês pediu o reforço de tanques e peças de artilharia pesada, que passaram a
atirar no quarteirão do campo
de refugiados que supunha ser
o esconderijo do grupo.
"Muitas casas foram destruídas", disse o porta-voz dos radicais, Abu Salim. Um informante do governo disse a jornalistas
que na operação foi morto Abu
Yazan, um dos altos dirigentes.
A Síria anunciou ter fechado
temporariamente a fronteira
com o norte do Líbano, "para
não prejudicar as populações".
O primeiro-ministro libanês,
Fouad Siniora, declarou que os
confrontos "constituem uma
tentativa perigosa de atingir a
segurança libanesa" e apelou
aos cidadãos para que apóiem o
governo.
Bomba
Ainda ontem no fim do dia,
em Beirute, capital do Líbano,
uma bomba explodiu diante de
um shopping num bairro cristão da cidade, matando uma
mulher de 63 anos e ferindo 12
outras pessoas.
Com agências internacionais
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