São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2007

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Palestinos islâmicos abrem fogo no Líbano

Confronto com Exército em campo de refugiados mata 50, calcula a Reuters

Incidente começou perto de Trípoli; guardas perseguiam assaltantes; grupo radical é apoiado por Damasco e se diz inspirado pela Al Qaeda


DA REDAÇÃO

Confrontos no Líbano entre o Exército e um grupo islâmico que atua entre refugiados palestinos terminaram ontem, na cidade de Trípoli, com a morte de 25 soldados e 15 extremistas, segundo a agência Reuters.
Os incidentes começaram quando a polícia libanesa perseguia supostos assaltantes de banco e passou a trocar tiros com integrantes da milícia Fatah al Islam, grupo que diz adotar o modelo da Al Qaeda e tem como base o campo de refugiados de Nahn al Bared.
Os atritos se espalharam rapidamente na direção de Trípoli, 85 km ao norte de Beirute. O Exército registrou três ataques a patrulhas em outras regiões do país. Num deles, quatro soldados foram mortos.
O Fatah al Islam foi criado em novembro do ano passado, como dissidência do Fatah al Intifada, financiado pela Síria. Em dezembro último ameaçou matar 36 personalidades opostas à influência síria no Líbano. A polícia libanesa atribuiu ao grupo o assassinato, em fevereiro, de três ocupantes de dois ônibus que transportavam libaneses cristãos em Ain Alaq.
A intensidade do inesperado confronto de Trípoli motivou o Exército a sair à caça de extremistas islâmicos palestinos em outros campos de refugiados, o que cria um problema, já que os campos, administrados pela ONU, não estão sob jurisdição libanesa.
O líder do grupo, Shakir al Absi, disse há um mês ao "New York Times" que não pretendia atingir alvos no Líbano e que priorizava o recrutamento de militantes no Iraque. Ele era ligado a Abu Mussab al Zarqawi, representante iraquiano da Al Qaeda morto no ano passado.
Tão logo as hostilidades de ontem se intensificaram, o Exército libanês pediu o reforço de tanques e peças de artilharia pesada, que passaram a atirar no quarteirão do campo de refugiados que supunha ser o esconderijo do grupo.
"Muitas casas foram destruídas", disse o porta-voz dos radicais, Abu Salim. Um informante do governo disse a jornalistas que na operação foi morto Abu Yazan, um dos altos dirigentes.
A Síria anunciou ter fechado temporariamente a fronteira com o norte do Líbano, "para não prejudicar as populações".
O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, declarou que os confrontos "constituem uma tentativa perigosa de atingir a segurança libanesa" e apelou aos cidadãos para que apóiem o governo.

Bomba
Ainda ontem no fim do dia, em Beirute, capital do Líbano, uma bomba explodiu diante de um shopping num bairro cristão da cidade, matando uma mulher de 63 anos e ferindo 12 outras pessoas.


Com agências internacionais


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