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Radicalismo afeta a vida de refugiados
MOUNA NA$M
DO "LE MONDE", EM TRÍPOLI
Na porta do campo de
refugiados de Nahn al Bared soldados libaneses
controlam as entradas e
saídas, protegidos por
quatro pilhas de sacos de
areia. Os veículos são revistados. Uma enfermeira
que iria visitar parentes
teve seu lanche e garrafa
térmica vistoriados.
As acusações feitas ao
grupo radical Fatah al Islam têm por origem quatro suspeitos presos depois do atentado contra
dois ônibus ocupados por
libaneses cristãos. O Líbano suspeita de que os radicais sejam apenas um
"pseudônimo" do Fatah al
Intifada, nascido em 1982
como dissidência pró-Síria do Fatah.
O proprietário de um armazém, chamado Samer,
afirma que os radicais não
têm nenhuma ramificação
entre os moradores. Eles
chegaram de Taamir, um
outro campo do sul do Líbano, região ocupada pelo
Exército em 2006.
Samer diz que as armas
não são fornecidas pela
Autoridade Nacional Palestina. Os militantes seriam no mínimo 50, no
máximo 200. Há sauditas,
líbios e libaneses.
O fato de o campo de refugiados ter sido escolhido
como base do grupo acabou por prejudicar o comércio, em razão do excessivo controle à entrada
dos militares libaneses. Os
clientes passaram a se
abastecer alhures.
Lara, uma adolescente,
diz que os militantes islâmicos "são muito corretos
e ajudam as pessoas, sem
atemorizá-las". Um sexagenário, engenheiro desempregado, afirma que
"eles não têm outros inimigos que os do povo palestino" e que todas as acusações dirigidas contra
eles "são caluniosas".
As entidades palestinas
procuram salvar o acordo
firmado no Cairo em 1969,
pelo qual o Exército e a polícia libaneses não podem
penetrar nos campos, onde a ordem é mantida pelos próprios palestinos.
No ano passado o governo libanês proibiu que
grupos armados atuem
dentro dos campos.
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