São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2007

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Radicalismo afeta a vida de refugiados

MOUNA NA$M
DO "LE MONDE", EM TRÍPOLI

Na porta do campo de refugiados de Nahn al Bared soldados libaneses controlam as entradas e saídas, protegidos por quatro pilhas de sacos de areia. Os veículos são revistados. Uma enfermeira que iria visitar parentes teve seu lanche e garrafa térmica vistoriados.
As acusações feitas ao grupo radical Fatah al Islam têm por origem quatro suspeitos presos depois do atentado contra dois ônibus ocupados por libaneses cristãos. O Líbano suspeita de que os radicais sejam apenas um "pseudônimo" do Fatah al Intifada, nascido em 1982 como dissidência pró-Síria do Fatah.
O proprietário de um armazém, chamado Samer, afirma que os radicais não têm nenhuma ramificação entre os moradores. Eles chegaram de Taamir, um outro campo do sul do Líbano, região ocupada pelo Exército em 2006.
Samer diz que as armas não são fornecidas pela Autoridade Nacional Palestina. Os militantes seriam no mínimo 50, no máximo 200. Há sauditas, líbios e libaneses.
O fato de o campo de refugiados ter sido escolhido como base do grupo acabou por prejudicar o comércio, em razão do excessivo controle à entrada dos militares libaneses. Os clientes passaram a se abastecer alhures.
Lara, uma adolescente, diz que os militantes islâmicos "são muito corretos e ajudam as pessoas, sem atemorizá-las". Um sexagenário, engenheiro desempregado, afirma que "eles não têm outros inimigos que os do povo palestino" e que todas as acusações dirigidas contra eles "são caluniosas".
As entidades palestinas procuram salvar o acordo firmado no Cairo em 1969, pelo qual o Exército e a polícia libaneses não podem penetrar nos campos, onde a ordem é mantida pelos próprios palestinos.
No ano passado o governo libanês proibiu que grupos armados atuem dentro dos campos.


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