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Para entidade, governo podia evitar crise
DA REDAÇÃO
O Instituto Sul-Africano
de Relações Raciais
(SAIRR, sigla em inglês)
divulgou ontem um duro
relatório em que acusa o
governo do presidente
Thabo Mbeki de negligência pela não-adoção de políticas públicas que poderiam ter evitado a onda de
violência xenofóbica.
O documento diz que o
governo se acomodou às
relações frouxas entre a
sociedade e as leis. "Quando o Estado de direito cai
em descrédito, comunidades mais pobres se habituam ao comportamento
violento, levando os criminosos a atuar com impunidade ao furtarem, estuprarem ou saquearem."
A entidade também critica o pífio controle de
fronteiras que permite a
existência "de milhões de
imigrantes ilegais". Também cita uma diplomacia
conivente com a ditadura
do Zimbábue, onde a eleição presidencial terminou
em violência contra a oposição, gerando uma multidão de novos refugiados.
Há menções à corrupção no aparelho de Estado,
que foi instrumentalizado
pelo ANC, o partido oficial, e às políticas que, ao
privilegiarem sistematicamente a população negra,
oprimida pelo apartheid,
criaram um clima de animosidade que agora se
transfere aos negros emigrados de países vizinhos.
O desemprego, prossegue o texto, é o produto da
baixa qualificação do trabalhador jovem sul-africano, que sofre concorrência
de imigrantes mais qualificados. Isso se deve a um
ensino público deficiente.
Só a qualificação da
mão-de-obra abrandaria a
dependência das famílias
mais pobres da Seguridade
Social, que, mesmo assim,
só beneficia hoje um quarto da população.
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