São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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Para entidade, governo podia evitar crise

DA REDAÇÃO

O Instituto Sul-Africano de Relações Raciais (SAIRR, sigla em inglês) divulgou ontem um duro relatório em que acusa o governo do presidente Thabo Mbeki de negligência pela não-adoção de políticas públicas que poderiam ter evitado a onda de violência xenofóbica.
O documento diz que o governo se acomodou às relações frouxas entre a sociedade e as leis. "Quando o Estado de direito cai em descrédito, comunidades mais pobres se habituam ao comportamento violento, levando os criminosos a atuar com impunidade ao furtarem, estuprarem ou saquearem."
A entidade também critica o pífio controle de fronteiras que permite a existência "de milhões de imigrantes ilegais". Também cita uma diplomacia conivente com a ditadura do Zimbábue, onde a eleição presidencial terminou em violência contra a oposição, gerando uma multidão de novos refugiados.
Há menções à corrupção no aparelho de Estado, que foi instrumentalizado pelo ANC, o partido oficial, e às políticas que, ao privilegiarem sistematicamente a população negra, oprimida pelo apartheid, criaram um clima de animosidade que agora se transfere aos negros emigrados de países vizinhos.
O desemprego, prossegue o texto, é o produto da baixa qualificação do trabalhador jovem sul-africano, que sofre concorrência de imigrantes mais qualificados. Isso se deve a um ensino público deficiente.
Só a qualificação da mão-de-obra abrandaria a dependência das famílias mais pobres da Seguridade Social, que, mesmo assim, só beneficia hoje um quarto da população.


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