DE BUENOS AIRES

A Justiça Eleitoral da Argentina deu aval ontem à estratégia do governo Cristina Kirchner para as eleições legislativas de junho, ao considerar legais as candidaturas a deputado federal do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), do governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli, e do chefe de gabinete de Cristina, Sérgio Massa.
Eles são os políticos mais populares do kirchnerismo e integram a lista do governo na Província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país (37% dos votos).
Um setor opositor questionou a candidatura de Kirchner alegando que ele não teria dois anos de residência na Província -no começo do processo eleitoral ainda figurava nos registros de Santa Cruz, sua Província natal.
O juiz Manuel Blanco considerou o requisito cumprido, porque Kirchner vive desde 2003 na residência presidencial de Olivos, situada na Grande Buenos Aires.
Quanto às postulações de Scioli e de Massa, opositores alegaram ser exemplos das "candidaturas testemunhais" do governo -membros do Executivo que, se eleitos, não assumiriam os cargos, deixando apenas seu "testemunho" pró-governo.
A Justiça concluiu que a negativa em ocupar os cargos é só uma hipótese. Citou o direito de todo candidato a renunciar antes de assumir e disse que o eleitor não seria induzido a erro, pois estaria ciente dessa possibilidade.
"Não esperava outra decisão", afirmou Kirchner. O Acordo Cívico e Social anunciou que irá recorrer da sentença, que é de primeira instância. (THIAGO GUIMARÃES)


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