São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

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Protesto contra Chávez reúne milhares

Estudantes marcham contra redução de orçamento de universidades e ameaças de fechar TV opositora

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Milhares de estudantes oposicionistas e simpatizantes marcharam ontem pelo centro de Caracas contra o corte no orçamento universitário venezuelano. Os manifestantes também demonstraram apoio ao canal de notícias Globovisión, que vem sendo ameaçado de fechamento pelo governo Hugo Chávez.
A maioria dos estudantes era da Universidade Central da Venezuela (UCV), a mais importante do país, que, como as outras instituições de ensino superior federais, sofreu um corte orçamentário de 6% neste ano por causa da crise.
De acordo com o estudante de engenharia química Edgardo Sorondo, 20, os cortes praticamente paralisaram as aulas de laboratório. "Um ensaio para produzir aspirina só foi feito porque a Polar doou material", disse, citando a maior empresa de alimentos do país, constantemente ameaçada de nacionalização por Chávez.
Sorondo acredita que as marchas estudantis serão retomadas caso o governo cumpra a ameaça de fechar a Globovisión, TV mais crítica a Chávez.
O ministro da Educação Superior, Luis Acuña, disse que o corte é no Orçamento total do país, e não apenas nas universidades. Ele recebeu a comitiva de estudantes opositores com uma mesa grande coberta de toalha vermelha e ocupada por estudantes chavistas. Os manifestantes se recusaram a sentar, sob a alegação de que o cenário era desfavorável a eles.
Ao contrário de marchas recentes, a manifestação ocorreu sem confrontos com a polícia. Nas horas que antecederam o protesto, porém, houve vários incidentes no campus da UCV. Encapuzados atearam fogo num caminhão que distribuía produtos alimentícios em restaurantes universitários. Três ônibus foram incendiados.
A reitora da UCV, Cecília García Arocha, disse que a meta dos ataques era "atemorizar o universitário, mas acredito que estão fazendo com que muito mais gente se some à marcha". Em resposta, o ministro do Interior, Tareq el Aissami, acusou García de permitir que os estudantes "promovam violência e atos de vandalismo".


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