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Protesto contra Chávez reúne milhares
Estudantes marcham contra redução de orçamento de universidades e ameaças de fechar TV opositora
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Milhares de estudantes oposicionistas e simpatizantes
marcharam ontem pelo centro
de Caracas contra o corte no orçamento universitário venezuelano. Os manifestantes
também demonstraram apoio
ao canal de notícias Globovisión, que vem sendo ameaçado
de fechamento pelo governo
Hugo Chávez.
A maioria dos estudantes era
da Universidade Central da Venezuela (UCV), a mais importante do país, que, como as outras instituições de ensino superior federais, sofreu um corte
orçamentário de 6% neste ano
por causa da crise.
De acordo com o estudante
de engenharia química Edgardo Sorondo, 20, os cortes praticamente paralisaram as aulas
de laboratório. "Um ensaio para produzir aspirina só foi feito
porque a Polar doou material",
disse, citando a maior empresa
de alimentos do país, constantemente ameaçada de nacionalização por Chávez.
Sorondo acredita que as marchas estudantis serão retomadas caso o governo cumpra a
ameaça de fechar a Globovisión, TV mais crítica a Chávez.
O ministro da Educação Superior, Luis Acuña, disse que o
corte é no Orçamento total do
país, e não apenas nas universidades. Ele recebeu a comitiva
de estudantes opositores com
uma mesa grande coberta de
toalha vermelha e ocupada por
estudantes chavistas. Os manifestantes se recusaram a sentar, sob a alegação de que o cenário era desfavorável a eles.
Ao contrário de marchas recentes, a manifestação ocorreu
sem confrontos com a polícia.
Nas horas que antecederam o
protesto, porém, houve vários
incidentes no campus da UCV.
Encapuzados atearam fogo
num caminhão que distribuía
produtos alimentícios em restaurantes universitários. Três
ônibus foram incendiados.
A reitora da UCV, Cecília
García Arocha, disse que a meta
dos ataques era "atemorizar o
universitário, mas acredito que
estão fazendo com que muito
mais gente se some à marcha".
Em resposta, o ministro do Interior, Tareq el Aissami, acusou
García de permitir que os estudantes "promovam violência e
atos de vandalismo".
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