São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

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Netanyahu acena com retomada de diálogo com a Síria

Após visita tensa a Washington, israelense afirma estar pronto para conversas imediatas e sem precondições com Damasco e palestinos

Negociar com sírios pode reduzir pressão dos EUA sobre governo de Israel, cujo chanceler já descartou devolver as colinas de Golã

DA REDAÇÃO

Israel quer dialogar imediatamente e sem precondições com a Síria, disse ontem o premiê Binyamin Netanyahu, ao retornar de Washington, onde se reuniu com o presidente americano, Barack Obama. É o primeiro aceno público do conservador à Síria, desde que assumiu, há dois meses.
"Eu disse [a Obama] que estava aberto a iniciar imediatamente diálogos sobre paz com os palestinos e com os sírios, é claro, sem precondições", contou o premiê, ainda no aeroporto de Tel Aviv. "Mas deixei claro que qualquer acordo de paz deve atender as necessidades de segurança de Israel."
Iniciada pelo ex-premiê Ehud Olmert (centro-direita) e mediada pela Turquia, a última rodada de negociação com a Síria foi suspensa quando Israel atacou, em dezembro, a faixa de Gaza. Mas o presidente turco, Abdullah Gul, disse na semana passada que Ancara está pronta a retomar a mediação.
Netanyahu participou de negociações fracassadas com a Síria em mandato anterior (1996-1999). Para atrair Damasco, as propostas precisariam ser mais flexíveis do que o sugerido pela equipe do israelense até agora.
Seu chanceler, Avigdor Liberman, descartou em abril a principal demanda síria: a devolução das colinas de Golã, ocupadas em 1967. A proposta tinha endosso de Olmert.
Reabrir os canais de diálogo com Damasco poderia aliviar a pressão americana para que Netanyahu aceite a criação de um Estado palestino, proposta que norteia as negociações de paz no Oriente Médio desde os acordos de Oslo (1993).
Netanyahu insiste em que o diálogo com os palestinos deve focar o desenvolvimento econômico, não a criação de um Estado independente.
O governo israelense vem prosseguindo com a política de expansão de assentamentos na Cisjordânia, criticada pelos EUA e vista como afronta pela Autoridade Nacional Palestina.
A visita de Netanyahu aos EUA foi marcada por divergências com o anfitrião. Obama pressionou pela solução de dois Estados e resistiu às pressões do interlocutor acerca do Irã.
Segundo o premiê, ele e Obama concordaram sobre o engajamento de países árabes no processo de paz. Plano da Liga Árabe, simpático aos EUA mas rechaçado por Israel, oferece a paz com os países do grupo em troca da devolução das terras ocupadas em 1967 e da criação do Estado palestino, com capital em Jerusalém Oriental.


Com agências internacionais


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