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Netanyahu acena com retomada de diálogo com a Síria
Após visita tensa a Washington, israelense afirma estar pronto para conversas imediatas e sem precondições com Damasco e palestinos
Negociar com sírios pode reduzir pressão dos EUA sobre governo de Israel,
cujo chanceler já descartou devolver as colinas de Golã
DA REDAÇÃO
Israel quer dialogar imediatamente e sem precondições
com a Síria, disse ontem o premiê Binyamin Netanyahu, ao
retornar de Washington, onde
se reuniu com o presidente
americano, Barack Obama. É o
primeiro aceno público do conservador à Síria, desde que assumiu, há dois meses.
"Eu disse [a Obama] que estava aberto a iniciar imediatamente diálogos sobre paz com
os palestinos e com os sírios, é
claro, sem precondições", contou o premiê, ainda no aeroporto de Tel Aviv. "Mas deixei claro que qualquer acordo de paz
deve atender as necessidades
de segurança de Israel."
Iniciada pelo ex-premiê
Ehud Olmert (centro-direita) e
mediada pela Turquia, a última
rodada de negociação com a Síria foi suspensa quando Israel
atacou, em dezembro, a faixa de
Gaza. Mas o presidente turco,
Abdullah Gul, disse na semana
passada que Ancara está pronta
a retomar a mediação.
Netanyahu participou de negociações fracassadas com a Síria em mandato anterior (1996-1999). Para atrair Damasco, as
propostas precisariam ser mais
flexíveis do que o sugerido pela
equipe do israelense até agora.
Seu chanceler, Avigdor Liberman, descartou em abril a
principal demanda síria: a devolução das colinas de Golã,
ocupadas em 1967. A proposta
tinha endosso de Olmert.
Reabrir os canais de diálogo
com Damasco poderia aliviar a
pressão americana para que
Netanyahu aceite a criação de
um Estado palestino, proposta
que norteia as negociações de
paz no Oriente Médio desde os
acordos de Oslo (1993).
Netanyahu insiste em que o
diálogo com os palestinos deve
focar o desenvolvimento econômico, não a criação de um
Estado independente.
O governo israelense vem
prosseguindo com a política de
expansão de assentamentos na
Cisjordânia, criticada pelos
EUA e vista como afronta pela
Autoridade Nacional Palestina.
A visita de Netanyahu aos
EUA foi marcada por divergências com o anfitrião. Obama
pressionou pela solução de dois
Estados e resistiu às pressões
do interlocutor acerca do Irã.
Segundo o premiê, ele e Obama concordaram sobre o engajamento de países árabes no
processo de paz. Plano da Liga
Árabe, simpático aos EUA mas
rechaçado por Israel, oferece a
paz com os países do grupo em
troca da devolução das terras
ocupadas em 1967 e da criação
do Estado palestino, com capital em Jerusalém Oriental.
Com agências internacionais
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