São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

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Volta ao terror pós-Guantánamo atinge 14%

Levantamento do Pentágono diz que 1 em cada 7 libertados da prisão retomaram militância antiamericana

Brennan Linsley - 12.mai.09/Associated Press
Militar observa cela no campo de prisioneiros de Guantánamo

DA REDAÇÃO

Poucas horas depois de o Senado americano vetar a liberação de US$ 80 milhões destinados ao fechamento do campo de prisioneiros de Guantánamo (em Cuba), o "New York Times" divulgou dados de um ainda inédito relatório do Pentágono, segundo o qual 1 em cada 7 ex-prisioneiros da base militar "retornaram a atividades de militância ou terrorismo" após terem sido libertados.
De acordo com uma cópia do estudo obtida pelo jornal, "o Pentágono acredita que 74 [de 534] prisioneiros libertados de Guantánamo retornaram ao terrorismo".
O "Times" publicou que o relatório foi disponibilizado por uma autoridade governamental que simpatiza com suas conclusões, para quem a demora em divulgar oficialmente o documento criava desnecessárias teorias conspiratórias.
A publicação oficial do texto estava prevista para janeiro. Mas, de acordo com um porta-voz do Pentágono, suas conclusões ainda seguem "sob revisão". Ele disse ainda esperar a divulgação oficial para breve.
Dois funcionários do governo que falaram ao jornal nova-iorquino na condição de não serem identificados expressaram que o documento ficou travado no Departamento da Defesa, cujos funcionários temem aborrecer a Casa Branca em razão de seu teor.

Derrota por 90 a 6
Em outro revés aos plano do presidente Barack Obama, o Senado vetou, por 90 votos a 6, a liberação de verba pedida pelo governo para o fechamento da prisão. Seus colegas no Partido Democrata condicionaram a aprovação da medida ao anúncio de um plano detalhado sobre o destino dos detentos.
Também foi aprovada a proibição do uso de fundos para transportar os detentos de Guantánamo para solo americano até 30 de setembro.
Segundo a Casa Branca, isso não prejudica o cumprimento da promessa, feita por Obama de fechar a prisão até janeiro de 2010. Ele tem previsto para hoje um discurso com detalhes sobre o encerramento das atividades da instituição.
Entretanto, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, adiantou que o democrata ainda não sabe para onde mandar alguns detentos.
A indecisão sobre o destino dos presos é um dos grandes obstáculos para o fechamento da prisão. A quantia vetada pelo Senado seria usada para realocação dos 241 prisioneiros que permanecem na base em Cuba.
Muitos deles não podem ser mandados de volta a seus países sob risco de sofrerem perseguição. E políticos dos dois partidos se opõem a conduzir os detentos para solo americano.
A despeito do efeito que pode causar nos EUA, um funcionário do governo que pediu anonimato disse à agência Associated Press que o governo Obama decidiu julgar em Nova York -perante uma corte criminal da Justiça comum- o tanzaniano Ahmed Ghailani. Ele está detido em Guantánamo, sob acusação de ter participado de ataques a bombas que mataram 224 pessoas em duas Embaixadas dos EUA na África em 1998.


Com agências internacionais


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