São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011

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Espanhóis desafiam proibição a protestos

Manifestantes ocupam praças do país desde o início da semana e prometem novos atos hoje, véspera de pleito

"Indignados" protestam por situação econômica e contra classe política; governo diz que não vai reprimir manifestantes


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dezenas de milhares de pessoas intensificaram ontem protestos contra a situação econômica da Espanha e a classe política do país e prometeram desafiar a proibição pela Justiça de atos hoje, véspera das eleições regionais.
Desde o início da semana, "os indignados", como são chamados, mantiveram ocupadas praças das principais cidades, numa onda de revolta devido ao desemprego e às duras medidas de austeridade tomadas por Madri.
Durante a semana, autoridades locais tentaram proibir acampamentos em locais públicos, mas não foram atendidas pelos manifestantes.
Anteontem, foi a vez de a comissão eleitoral espanhola proibir os protestos previstos para hoje. Pela legislação do país, não são permitidos atos políticos em vésperas de eleição. A campanha política terminou oficialmente ontem.
Após deliberação, no entanto, manifestantes decidiram manter a convocação de grandes protestos pelo país para hoje alegando que os atos não promovem candidaturas ou partidos políticos e, portanto, não se enquadram nos termos das proibições.
E, durante o dia de ontem, o premiê espanhol, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero -ele mesmo um dos alvos dos protestos-, disse que poderá não ordenar que os atos sejam dispersados.
À agência Efe, fontes do Ministério do Interior afirmaram que o governo trabalha para derrubar a proibição.
Embora formado sobretudo por jovens -os mais atingidos pela recessão-, os atos têm atraído desempregados de meia idade e pessoas mais velhas simpáticas à causa.
Tragada pela crise da dívida que assola a Europa, a Espanha possui o mais alto desemprego do bloco, 21,3%, sendo que entre os jovens a taxa chega à casa dos 45%.
Para evitar destino similar aos de Portugal, Grécia e Irlanda -que recorreram a auxílio da UE e do FMI-, o governo tem adotado duras medidas de austeridade, agravando o quadro econômico.
Cerca de 35 milhões de espanhóis estão aptos a ir às urnas amanhã escolher vereadores de mais de 8.000 municípios e parlamentares e o governo de 13 das 17 comunidades autônomas do país.
A expectativa é de que os socialistas sofram importantes perdas ante os conservadores do Partido Popular. As eleições gerais estão previstas para março de 2012.


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