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Portugal anuncia incentivo para mulheres grávidas
Famílias receberão até 130 por mês, a partir do terceiro mês de gestação; valor do benefício dependerá da renda
Medida visa aumentar taxa de fecundidade, uma das mais baixas do mundo; para oposição, estímulo não basta para reverter situação
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro português, José Sócrates, anunciou
ontem durante o debate do Estado da Nação um novo incentivo financeiro às famílias que
tiverem filhos, na tentativa de
elevar a taxa de natalidade do
país -uma das mais baixas da
Europa e do mundo.
De acordo com o programa
de apoio à natalidade anunciado ontem pelo premiê, o governo concederá às mulheres grávidas um auxílio de até 130
por mês, a partir do terceiro
mês de gestação.
O valor do benefício dependerá da renda da família.
O programa prevê também
uma elevação do valor pago a
famílias numerosas no segundo e terceiro ano de vida das
crianças -"período em que o
acréscimo de despesas é mais
relevante", de acordo com o
premiê português. Por isso, segundo Sócrates, o governo vai
"duplicar o benefício da família
nesse período de vida das
crianças para segundos filhos e
vamos triplicá-los para os terceiros filhos e seguintes, atingindo mais de 90 mil crianças e
as respectivas famílias".
"Estudos mostram que as famílias em Portugal têm menos
filhos do que desejam, e assim
o papel do governo é promover
as condições necessárias para
que isso aconteça", afirmou o
primeiro-ministro.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística,
de Portugal, os últimos 20 anos
foram marcados pelo decréscimo da taxa de natalidade no
país, tendo passado de uma
média de 12,2 para 10 crianças
por cada mil habitantes.
O número médio de filhos
por mulher passou de 3, em
1970, para 1,36 em 2006 -um
índice que fica abaixo até mesmo da taxa de fecundidade da
União Européia, de 1,5 filho por
mulher. O bloco europeu já advertiu aos países que é necessária uma taxa de fecundidade de
1,7 filho por mulher para financiar o sistema de Previdência
da União Européia.
Espanha
A tentativa portuguesa de rejuvenescer sua população segue iniciativa similar, anunciada pela Espanha no início do
mês, de pagar 2.500 para cada
filho nascido no país.
Segundo o jornal português
"Público", Portugal é um dos
países da União Européia com
piores apoios diretos à família.
O jornal aponta o exemplo da
Noruega, que concede cerca de
122 mensais por criança até
que ela complete 18 anos.
O líder do Partido Social Democrata (PSD), Marques Mendes, disse que as medidas de
apoio à natalidade anunciadas
pelo governo são positivas, mas
insuficientes para enfrentar a
queda no número de nascimentos -que está em seu nível mais
baixo desde que começou a ser
registrado.
Ele acusou o governo de adotar medidas que não estimulam
a natalidade, como "sobrecarregar" as famílias "com mais
impostos" e fechar maternidades.
Com agências internacionais
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