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Justiça condena Fujimori pela terceira vez
Considerado culpado por desviar US$ 15 mi, ex-presidente peruano recebe pena de 7 anos e meio de prisão
DA REDAÇÃO
O ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000) foi
condenado ontem a sete anos e
meio de prisão por desviar US$
15 milhões em verbas públicas
para as mãos de seu ex-braço
direito Vladimiro Montesinos,
pivô de escândalos de corrupção que levaram seu governo à
ruína.
A sentença, que veio sete dias
após o início do julgamento, é a
terceira contra o ex-mandatário desde sua volta ao país em
2007, extraditado pelo Chile.
As penas não são cumulativas, e Fujimori, 70, deve cumprir a mais alta, de 25 anos, decretada em abril por violação
de direitos humanos (mortes e
sequestros) no combate à guerrilha Sendero Luminoso na década de 90. Fujimori, primeiro
presidente eleito condenado
por violações humanitárias na
América Latina, entrou com recurso daquela condenação e espera decisão da Corte Suprema.
A defesa do ex-presidente
disse que tentará anular a nova
sentença, que o condena por
peculato (apropriação de recursos públicos) e falsidade
ideológica. A Justiça impôs
multa equivalente a US$ 995
mil, a ser dividida com três ex-ministros implicados no caso.
Para o advogado de Fujimori,
César Nakazaki, trata-se de um
"julgamento estritamente político", e a intenção é manter seu
cliente na cadeia até a morte
para não deixá-lo interferir em
qualquer cenário eleitoral
-Keiko Fujimori, filha do ex-mandatário, é cotada para concorrer à Presidência em 2011.
Apesar de reconhecer que
desviou o dinheiro, o ex-presidente diz que só o fez "obrigado
pelas circunstâncias", porque
Montesinos, que chefiava o serviço secreto, tramava um golpe
para derrubá-lo do poder.
Em novembro de 2000, Fujimori renunciou, de Tóquio via
fax, após fugir do Peru em meio
a denúncias de corrupção, narcotráfico, contrabando e extorsão. Montesinos, que também
fugiu, cumpre pena no Peru.
A primeira condenação de
Fujimori ocorreu em 2007, por
abuso de poder. Ele ordenou
busca ilegal na casa da mulher
de Montesinos, em 2000, supostamente à procura de provas que o prejudicavam.
Ainda tramita na Justiça um
quarto processo contra Fujimori, que engloba três supostos
casos de corrupção. O principal
seria um esquema de suborno
para garantir maioria a seu governo no Congresso, segundo o
Ministério Público.
Com agências internacionais
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