São Paulo, terça-feira, 21 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Justiça condena Fujimori pela terceira vez

Considerado culpado por desviar US$ 15 mi, ex-presidente peruano recebe pena de 7 anos e meio de prisão

DA REDAÇÃO

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000) foi condenado ontem a sete anos e meio de prisão por desviar US$ 15 milhões em verbas públicas para as mãos de seu ex-braço direito Vladimiro Montesinos, pivô de escândalos de corrupção que levaram seu governo à ruína.
A sentença, que veio sete dias após o início do julgamento, é a terceira contra o ex-mandatário desde sua volta ao país em 2007, extraditado pelo Chile.
As penas não são cumulativas, e Fujimori, 70, deve cumprir a mais alta, de 25 anos, decretada em abril por violação de direitos humanos (mortes e sequestros) no combate à guerrilha Sendero Luminoso na década de 90. Fujimori, primeiro presidente eleito condenado por violações humanitárias na América Latina, entrou com recurso daquela condenação e espera decisão da Corte Suprema.
A defesa do ex-presidente disse que tentará anular a nova sentença, que o condena por peculato (apropriação de recursos públicos) e falsidade ideológica. A Justiça impôs multa equivalente a US$ 995 mil, a ser dividida com três ex-ministros implicados no caso.
Para o advogado de Fujimori, César Nakazaki, trata-se de um "julgamento estritamente político", e a intenção é manter seu cliente na cadeia até a morte para não deixá-lo interferir em qualquer cenário eleitoral -Keiko Fujimori, filha do ex-mandatário, é cotada para concorrer à Presidência em 2011.
Apesar de reconhecer que desviou o dinheiro, o ex-presidente diz que só o fez "obrigado pelas circunstâncias", porque Montesinos, que chefiava o serviço secreto, tramava um golpe para derrubá-lo do poder.
Em novembro de 2000, Fujimori renunciou, de Tóquio via fax, após fugir do Peru em meio a denúncias de corrupção, narcotráfico, contrabando e extorsão. Montesinos, que também fugiu, cumpre pena no Peru.
A primeira condenação de Fujimori ocorreu em 2007, por abuso de poder. Ele ordenou busca ilegal na casa da mulher de Montesinos, em 2000, supostamente à procura de provas que o prejudicavam.
Ainda tramita na Justiça um quarto processo contra Fujimori, que engloba três supostos casos de corrupção. O principal seria um esquema de suborno para garantir maioria a seu governo no Congresso, segundo o Ministério Público.

Com agências internacionais



Texto Anterior: Sanção: União Europeia congela ajuda de US$ 92 milhões a Tegucigalpa
Próximo Texto: Ahmadinejad fará ao Brasil 1ª viagem do 2º mandato
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.