RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES

O ex-presidente da Argentina Carlos Menem, 77, sofreu uma dura derrota na eleição para o governo de La Rioja, Província onde nasceu e se lançou para a política: foi apenas o terceiro colocado, com 21,8% dos votos.
Foi a primeira vez que o ex-presidente, que ocupou a Casa Rosada de 1989 a 1999, perdeu uma eleição majoritária. Apesar da derrota, garantiu que continua na política -tem mandato como senador até 2011.
Menem atribuiu seu fracasso à ajuda financeira dada pelo presidente Néstor Kirchner aos dois candidatos que o superaram: o prefeito da capital riojana, Ricardo Quintela, e o governador Luis Beder Herrera, que foi reeleito com mais de 40% dos votos.
"A Província e o país foram testemunhas do derramamento inédito de recursos do Tesouro Nacional para ajudar meus adversários. O senhor Kirchner decidiu que era preciso fechar o caminho para Carlos Menem a qualquer custo", disse.
Menem e Kirchner, antigos aliados, foram adversários na disputa presidencial de 2003. Na ocasião, o ex-presidente foi o vencedor no primeiro turno, com 24,5% dos votos, mas abdicou de disputar a segunda etapa ante pesquisas que mostravam que Kirchner lhe imporia uma derrota por larga margem. Uma vez na Casa Rosada, Kirchner tornou um hábito seu criticar a herança deixada por Menem, a quem culpa por boa parte dos problemas do país.
Na tentativa de se eleger em La Rioja, Menem até reconheceu um filho extramatrimonial, Carlos Nair, que saltou à fama depois de participar de um reality show. Nair fez campanha para Menem na última semana ao lado de sua irmã, Zulemita.
A presença dos filhos não foi suficiente para impedir que Menem viesse diminuir ainda mais seu poder em La Rioja, Província que governou duas vezes. Em 2003, 83% dos riojanos votaram nele para presidente.

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