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Israel e palestinos retomarão diálogo
Proposto pelos EUA, encontro nos dias 1º e 2 de setembro deve romper 20 meses de estagnação nas conversas
Para a Casa Branca,
as discussões devem acontecer "sem precondições" e durar
no máximo um ano
Alex Brandon/Associated Press
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Hillary Clinton e George Mitchell discursam pela retomada do diálogo no Oriente Médio
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Lideranças palestinas e israelenses aceitaram o convite da secretária de Estado
americana, Hillary Clinton, e
se reunirão nos dias 1º e 2 de
setembro em Washington
para retomar o diálogo direto
de paz, em encontro a ser mediado pelo presidente dos
EUA, Barack Obama.
A reunião romperá 20 meses de interrupção no diálogo
pela paz no Oriente Médio,
que se arrasta há 62 anos.
"Houve dificuldades no
passado e haverá dificuldades agora. As conversas atingirão obstáculos, e os inimigos da paz continuarão tentando nos prejudicar", afirmou Hillary, para quem o
diálogo deve acontecer "sem
precondições" e ter o prazo
de um ano.
Em coletiva de imprensa, o
enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George
Mitchell, disse que as negociações têm como premissa a
criação de um Estado palestino, "vivendo lado a lado
[com Israel], em paz e segurança".
As demais bases do diálogo, incluindo a fronteira do
novo Estado, serão definidas
por Israel e pela Autoridade
Nacional Palestina (ANP).
Mitchell lembrou ainda
que o prazo de um ano, definido pelo Quarteto para o
Oriente Médio (EUA, ONU,
Rússia e União Europeia), foi
citado pelo próprio primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, em sua última visita aos EUA, em julho.
CONVITE ACEITO
Segundo um porta-voz do
premiê, Netanyahu aceitou
convite e afirmou que "conseguir um acordo de paz é difícil, mas possível".
Ele disse ainda, segundo o
jornal "Yedioth Ahronoth",
que chegará às negociações
"com o desejo genuíno de obter a paz entre os dois povos e
preservar os interesses nacionais de Israel, o principal
deles sua segurança".
Em nota, o Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP)
também anunciou que aceitaria o convite.
O comitê reúne os principais partidos palestinos, mas
não o grupo extremista Hamas, que controla a faixa de
Gaza e classificou o convite
de "enganoso".
Nos primeiros encontros,
que contarão também com a
presença do presidente egípcio, Hosni Mubarak, e do rei
da Jordânia, Abdullah 2º, as
partes devem decidir as datas e locais das próximas reuniões. Mitchell disse esperar
que algumas delas aconteçam na região.
As negociações de paz lançadas em Annapolis (EUA)
no final de 2007 estão estagnadas desde dezembro de
2008, quando os palestinos
abandonaram o diálogo depois do início da ofensiva militar israelense contra a faixa
de Gaza.
Posteriormente, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, se negou a voltar à mesa
de negociação enquanto Israel não paralisasse a instalação de colônias judaicas na
Cisjordânia.
COLÔNIAS
Em março, Abbas aceitou
iniciar conversas indiretas de
paz sem que se tivesse cumprido sua exigência.
Mas a aprovação da ampliação de uma colônia em
Jerusalém Oriental durante a
visita do vice-presidente dos
EUA, Joe Biden, a Israel jogou por terra a possibilidade
e originou a maior crise diplomática em décadas entre
Israel e Washington.
As pressões diplomáticas
se intensificaram nos últimos dias, já que em 26 de setembro vence a moratória de
dez meses para a construção
de assentamentos judaicos
da Cisjordânia.
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