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"EIXO DO MAL"
Para negociador iraniano, parceiros econômicos devem assumir responsabilidade de defender programa
Irã condiciona petróleo a apoio nuclear
DA REDAÇÃO
O Irã, terceiro maior produtor
de petróleo do mundo, irá condicionar suas vendas do produto e
outras transações comerciais ao
apoio que receber de seus parceiros econômicos nas negociações
sobre seu programa nuclear, disse
ontem o representante iraniano
nessas tratativas, Ali Larijani.
Larijani afirmou ainda que o
país retomará seu programa de
enriquecimento de urânio e impedirá inspeções de suas instalações nucleares caso a Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA) decida remeter o caso ao
Conselho de Segurança (CS) da
ONU para possíveis sanções.
"Alguns países têm relações
econômicas abrangentes com o
Irã, especialmente na área de petróleo, mas não assumem a responsabilidade de defender os direitos de uma nação oprimida. O
Conselho Supremo de Segurança
Nacional está determinado a pôr
as duas coisas na balança", disse.
"O Irã decidirá a participação de
seus sócios em sua economia em
função do apoio que aportem na
defesa de seu direito nacional" no
tema nuclear, acrescentou.
Mantendo um tom duro, Larijani propôs às autoridades européias uma nova rodada de negociações para que se chegue a um
acordo político.
"Se eles querem falar com o Irã
na linguagem da força, o Irã não
terá outra escolha, de modo a preservar suas conquistas tecnológicas, a não ser sair do Tratado de
Não-Proliferação [TNP] e recomeçar o enriquecimento [de urânio]", disse Larijani.
Ontem, Reino Unido, França e
Alemanha, que negociam a questão em nome da União Européia,
preparavam uma resolução remetendo o Irã ao CS por supostas
"falhas e quebras de suas obrigações" com o TNP. Segundo fontes
diplomáticas, porém, a iniciativa
tinha a oposição da Rússia e da
China, que fazem parte da AIEA e
têm poder de veto no CS.
Teerã sustenta que seu programa nuclear tem por fim a produção de eletricidade. Para os EUA,
porém, o país quer construir armas atômicas. No último sábado,
em um discurso inflamado na
ONU, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, propôs que
governos e empresas estrangeiras
participassem do processo como
garantia de que tem fins pacíficos.
"Não há dúvidas de que o Irã está cada vez mais isolado. O discurso foi visto como muito duro e intransigente. Falou de seus direitos
mas não de suas responsabilidades", disse Nicholas Burns, subsecretário de Estado dos EUA.
Coréia do Norte
As afirmações do governo iraniano coincidem com um endurecimento da posição da Coréia
do Norte, que, um dia depois de
ter se comprometido a abandonar
seu programa atômico, condicionou a decisão ao recebimento de
reatores nucleares para a produção de energia.
Segundo os principais negociadores, porém, o pacto ainda não
foi sepultado, e analistas avaliam
que as declarações de Pyongyang
têm como alvo o público interno.
Ontem, EUA e China chamaram as partes a cumprir o acordado. "Vamos fazer isso funcionar",
disse o negociador-chefe dos
EUA, Christopher Hill.
"Devemos observar a Coréia do
Norte de perto para ver se há realmente uma diferença fundamental nesse ponto", disse o porta-voz
do governo japonês, Hiroyuki
Hosoda. "Se estivermos completamente em desacordo, significa
ter de voltar ao início. Mas não
acredito que seja esse o caso."
Com agências internacionais
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