São Paulo, terça-feira, 21 de setembro de 2010

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Brasil diz que ajudará na "evolução" da ilha

DE NOVA YORK
DA ENVIADA ESPECIAL A HAVANA

O Brasil está "pronto" para cooperar com Cuba durante o "processo de evolução" da ilha, afirmou ontem o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Ele chegou anteontem a Nova York, após parada em Cuba, para os debates da Assembleia Geral da ONU.
Amorim não quis detalhar o conteúdo da carta entregue ao ditador Raúl Castro, mas disse que falou com o cubano sobre a recente liberação de preços e uma possível cooperação na área de pequenas e médias empresas.
"Conversamos com liberdade e respeito ao ritmo das decisões que Cuba venha a adotar", afirmou.
O Brasil pode enviar uma força-tarefa do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para ajudar a criar nos cubanos acostumados a mais de meio século de tutela estatal o chamado espírito "empreendedorista".
Isso inclui ensinamentos de administração de pequenos e médios negócios, contabilidade, aprimoramentos de qualidade.
Segundo a Folha apurou, o governo brasileiro não trabalha com a expectativa de grandes traumas sociais causados pelo anúncio de demissões em massa.
Na visão brasileira, é necessário averiguar "se" e "como" os novos pequenos negócios se sustentarão, o que exigirá um período de testes. Tais efeitos só são esperados dentro de um ou dois anos.
Desde já, para o Itamaraty, o mais provável que ocorra é um aprofundamento da diferenciação social no país -que já é grande, marcadamente entre o pessoal que trabalha com turismo, e por isso recebe em moedas fortes, e os trabalhadores das fábricas e do campo, remunerados em pesos cubanos.

BALANÇO
Sem antecipar o conteúdo do discurso que abrirá a Assembleia Geral, Amorim disse apenas que é o momento de fazer um balanço de algumas iniciativas importantes que o Brasil tomou durante a gestão petista.
Sobre o não comparecimento do presidente Lula à Assembleia pela primeira vez em dois mandatos, disse que, por causa do calendário eleitoral, é importante a sua presença no Brasil.
Ontem, o ministro compareceu a uma reunião sobre o atual estágio de recuperação do Haiti.0 (CRISTINA FIBE E LAURA CAPRIGLIONE)


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