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AFEGANISTÃO
Tropas de elite realizam operação-relâmpago em aeroporto e centro de comando do Taleban
EUA atacam Candahar por terra
DA REDAÇÃO
Tropas especiais dos EUA realizaram ontem uma operação-relâmpago na cidade de Candahar,
no Afeganistão, considerada
quartel-general do regime extremista Taleban, que controla a
maior parte do território afegão.
Essa foi a primeira ação terrestre das forças militares dos EUA
contra uma grande cidade afegã
desde o início da ofensiva. Nas
primeiras duas semanas, as ações
ficaram restritas a ataques aéreos.
Agora, com os ataques por terra,
de acordo com o Pentágono, estaria sendo iniciada uma nova fase
da ofensiva dos EUA.
Participaram da operação em
Candahar entre 100 e 200 soldados do grupo de elite Rangers, dos
EUA, especializado em ações rápidas e noturnas por terra, mar e
ar, em qualquer lugar do mundo.
Os militares foram transportados
de helicópteros para dentro do
território afegão e atacaram o aeroporto de Candahar e um grande
centro de comando do Taleban. O
lugar é considerado uma das residências do mulá Mohamad
Omar, líder supremo do Taleban.
As tropas norte-americanas sabiam que havia poucas chances
de capturar integrantes do Taleban. Seu principal objetivo foi recolher material de inteligência
que contribua para localizar
membros do governo afegão e da
Al Qaeda. O centro de comando
atacado ontem era visto pelos
EUA como fonte potencial de material de inteligência. Nas instalações, as tropas buscaram mapas,
documentos, fotos, correspondências, disquetes e equipamentos de comunicação.
Ontem, dois soldados dos EUA
teriam ficado feridos enquanto
saltavam de pára-quedas.
O Taleban nega que tropas terrestres dos EUA tenham atacado
a cidade de Candahar e afirmam
ter derrubado um helicóptero
norte-americano anteontem. Os
EUA reconhecem que perderam
um helicóptero, mas negam que
tenha sido derrubado por forças
do Afeganistão. Dois soldados
dos EUA morreram.
De acordo com informações do
Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, dois tripulantes
teriam saído ilesos do acidente e
outro ficou ferido.
Porém, segundo o Pentágono, o
acidente com o helicóptero modelo Blackhawk aconteceu fora
do território afegão. A queda teria
ocorrido na cidade de Dalbandin,
no Paquistão, a cerca de 75 km a
sudeste da fronteira com o Afeganistão. O helicóptero realizava
uma operação de resgate. Não se
sabe o aparelho estava indo em
direção ao Afeganistão ou se retornava de alguma operação no
país controlado pelo Taleban.
Sacrifícios
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou em
Xangai (China), onde participa de
uma reunião da Apec (Fórum
Econômico da Ásia Pacífico), que,
a luta contra o terrorismo será
longa e necessitará de sacrifícios.
Os dois militares mortos no acidente de helicóptero "não morreram em vão", segundo o presidente dos EUA. "Morreram por
uma causa justa", afirmou após se
reunir com o primeiro-ministro
japonês, Junichiro Koizumi, na
cidade chinesa.
O líder norte-americano finalizou afirmando ser difícil encontrar palavras para a sua gratidão
pelos soldados norte-americanos
que morreram anteontem.
Bombardeios
Simultaneamente à operação-relâmpago em Candahar, os EUA
prosseguiram os ataques aéreos a
essa cidade, a Cabul, capital do
Afeganistão, a Herat e à Província
de Samangan, no norte do país.
Os alvos dos EUA são as instalações militares do Taleban, as lideranças do regime e a rede terrorista Al Qaeda, comandada pelo saudita Osama bin Laden, acusado de
envolvimento nos atentados contra Nova York e o Pentágono.
Os Estados Unidos admitem
que alguns civis foram mortos
nos bombardeios, entre eles quatro funcionários da ONU. Um
prédio da Cruz Vermelha Internacional também foi atingido.
O Taleban afirma, por sua vez,
que o número de mortos civis
chega a 900. A estrutura militar
estaria em boas condições para
enfrentar ataques terrestres dos
EUA. Segundo o regime, as lideranças do Taleban e Bin Laden estão vivos e em local seguro.
Com agências internacionais
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