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"Só catástrofe reverte a eleição", afirma marqueteiro democrata
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
"Para alterar o cenário, acho
que precisaria acontecer um
evento catastrófico, como um
ataque terrorista." Foi assim
que Charles Rosen, um dos responsáveis pela captação de recursos para o Partido Democrata, avaliou a perspectiva de
uma reviravolta na eleição dos
EUA, que tem Barack Obama
como favorito.
Em evento destinado a profissionais de marketing realizado ontem em São Paulo, o executivo contrariou a orientação
do próprio candidato -que pedira cautela com a euforia- e
apontou como quase nula a
perspectiva de o republicano
John McCain alterar o quadro.
"Se, nos próximos 15 dias, os
republicanos mostrarem que
têm resposta [para a crise econômica], teria medo de uma reviravolta. Mas as chances de isso acontecer são quase zero."
Ex-produtor de cinema e integrante da fracassada campanha da ex-primeira-dama Hillary Clinton pela candidatura
democrata, Rosen falou que a
vantagem de Obama sobre
McCain não é refletida pelas
pesquisas de forma precisa.
"O problema das pesquisas, é
que são todas feitas por telefone, para linhas fixas. Não usam
celulares nos levantamentos.
Ninguém ou quase ninguém
abaixo dos 25 ou dos 35 anos de
idade tem uma linha fixa. Nenhum estudante universitário
ou pessoas em primeiros empregos está nas pesquisas", disse, enfatizando que as sondagens não refletiram o resultado
nas urnas nas primárias democratas nem republicanas.
Ele afirmou não ter uma estimativa de quanto isso prejudicaria Obama. Contudo, ao ser
indagado sobre a possibilidade
de o racismo tirar votos do democrata, apontou que a fatia de
sete pontos (estimativa do eleitorado que fala em pesquisas
que votará nele mas não deve
fazê-lo pelo fato de o candidato
ser negro) será contraposta pela quantidade de novas pessoas
inscritas para votar por meio de
iniciativas democratas.
Antes de destacar que a grande jogada de marketing do candidato foi ter se lançado como
um símbolo alternativo ao governo Bush mais que ficar repisando suas propostas pontualmente, Rosen disse que nunca
vira tamanha participação popular na arrecadação de fundos
como na campanha de Obama e
que isso é a raiz de o orçamento
democrata ter crescido mesmo
em meio à crise econômica.
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