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Corte federal volta a proibir militares americanos gays
Liminar que permitia a entrada de gays assumidos nas
Forças Armadas foi suspensa até julgamento definitivo
Antes da nova decisão
judicial, homossexuais
dispensados do serviço
militar tentaram fazer
o realistamento ontem
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Uma corte federal de apelações dos EUA determinou
ontem que o Pentágono pode
retomar, temporariamente,
sua política de não admitir o
ingresso de homossexuais
assumidos nas Forças Armadas do país.
Na prática, volta a valer a
aplicação da chamada política "don't ask, don't tell" (não
pergunte, não conte), em vigor no país desde 2003.
Três juízes federais do Tribunal de Apelações de São
Francisco derrubaram uma
liminar da juíza federal Virginia Phillips que havia feito o
Pentágono recomendar anteontem a seus recrutadores
que aceitassem inscrições de
homossexuais.
A juíza havia entendido
em setembro que a política
do "don't ask, don't tell" infringiria os direitos constitucionais dos gays, mas o governo de Barack Obama apelou dessa decisão.
A atual suspensão da liminar deve valer até que a Justiça americana chegue a uma
decisão definitiva sobre a
questão analisada.
O governo Obama diz ser
favorável à entrada dos gays
assumidos nas Forças Armadas, mas afirma que essa não
deve ser uma decisão da Justiça, mas sim do Congresso.
O grupo que defende os direitos dos homossexuais e
havia questionado a política
do governo na Justiça tem 10
dias para apelar da decisão.
REALISTAMENTO
Enquanto a liminar ainda
estava valendo, ex-membros
das Forças Armadas, dispensados por serem gays, começaram a entrar com processos de realistamento.
Um deles é Dan Choi, um
veterano da Guerra do Iraque
de 29 anos, que foi ontem ao
centro de recrutamento do
Exército na Times Square,
centro de Nova York.
Ao sair do local, ele afirmou: "Eles estão processando [meu alistamento]".
Mais tarde, Choi anunciou
no Twitter que havia sido
aprovado no teste de habilidades realizado durante o
processo de recrutamento.
Já Will Rodriguez-Kennedy, dispensado há dois
anos pela Marinha, foi informado em San Diego, Califórnia, que havia poucos lugares disponíveis para ex-membros da força, e que a atual
cota está completa.
Randy Miller, 24, de Stockton, também na Califórnia,
foi dispensado sob a "don't
ask, don't tell" em 2006.
Ontem, ele afirmou que
dois sargentos do centro local de recrutamento do Exército disseram que não tinham conhecimento da
orientação do Pentágono.
Miller seguiu, então, para
o centro de recrutamento da
Marinha, na porta ao lado, e
deu início ao seu processo de
realistamento.
Em Pensacola, Flórida, o
sargento Timothy Chandler
disse: "Até onde sabemos,
tudo continua na mesma".
Antes da queda da liminar,
o Pentágono instruiu recrutadores para que avisassem
gays interessados em servir
que a moratória poderia ser
revertida -como aconteceu.
A instituição não disse qual é
a nova instrução dada para
os recrutadores.
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