São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2010

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Corte federal volta a proibir militares americanos gays

Liminar que permitia a entrada de gays assumidos nas Forças Armadas foi suspensa até julgamento definitivo

Antes da nova decisão judicial, homossexuais dispensados do serviço militar tentaram fazer o realistamento ontem

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Uma corte federal de apelações dos EUA determinou ontem que o Pentágono pode retomar, temporariamente, sua política de não admitir o ingresso de homossexuais assumidos nas Forças Armadas do país.
Na prática, volta a valer a aplicação da chamada política "don't ask, don't tell" (não pergunte, não conte), em vigor no país desde 2003.
Três juízes federais do Tribunal de Apelações de São Francisco derrubaram uma liminar da juíza federal Virginia Phillips que havia feito o Pentágono recomendar anteontem a seus recrutadores que aceitassem inscrições de homossexuais.
A juíza havia entendido em setembro que a política do "don't ask, don't tell" infringiria os direitos constitucionais dos gays, mas o governo de Barack Obama apelou dessa decisão.
A atual suspensão da liminar deve valer até que a Justiça americana chegue a uma decisão definitiva sobre a questão analisada.
O governo Obama diz ser favorável à entrada dos gays assumidos nas Forças Armadas, mas afirma que essa não deve ser uma decisão da Justiça, mas sim do Congresso.
O grupo que defende os direitos dos homossexuais e havia questionado a política do governo na Justiça tem 10 dias para apelar da decisão.

REALISTAMENTO
Enquanto a liminar ainda estava valendo, ex-membros das Forças Armadas, dispensados por serem gays, começaram a entrar com processos de realistamento.
Um deles é Dan Choi, um veterano da Guerra do Iraque de 29 anos, que foi ontem ao centro de recrutamento do Exército na Times Square, centro de Nova York.
Ao sair do local, ele afirmou: "Eles estão processando [meu alistamento]".
Mais tarde, Choi anunciou no Twitter que havia sido aprovado no teste de habilidades realizado durante o processo de recrutamento.
Já Will Rodriguez-Kennedy, dispensado há dois anos pela Marinha, foi informado em San Diego, Califórnia, que havia poucos lugares disponíveis para ex-membros da força, e que a atual cota está completa.
Randy Miller, 24, de Stockton, também na Califórnia, foi dispensado sob a "don't ask, don't tell" em 2006.
Ontem, ele afirmou que dois sargentos do centro local de recrutamento do Exército disseram que não tinham conhecimento da orientação do Pentágono.
Miller seguiu, então, para o centro de recrutamento da Marinha, na porta ao lado, e deu início ao seu processo de realistamento.
Em Pensacola, Flórida, o sargento Timothy Chandler disse: "Até onde sabemos, tudo continua na mesma".
Antes da queda da liminar, o Pentágono instruiu recrutadores para que avisassem gays interessados em servir que a moratória poderia ser revertida -como aconteceu. A instituição não disse qual é a nova instrução dada para os recrutadores.


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