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IGREJA
Papa acreditava ter agido firme, segundo publicação
Revista católica diz que Pio 12 foi "prudente demais" sobre Holocausto
DA REDAÇÃO
A revista "Civiltá Cattolica",
publicada por jesuítas italianos,
disse ontem que o papa Pio 12 foi
"prudente demais" em seus discursos sobre o Holocausto.
Pio 12, papa entre 1939 e 1958,
"estava "subjetivamente" convencido de ter-se expressado com
"força" em relação ao massacre
dos judeus em sua famosa mensagem natalina de 1942", afirmou a
revista. Nessa mensagem, o papa
fez referência "a centenas de milhares de pessoas que, sem ter cometido nenhuma falta, às vezes
apenas por razões de nacionalidade e de origem, são destinadas à
morte ou à deterioração progressiva". Mas ele não citou explicitamente os judeus.
Historiadores judeus consideram a mensagem "um dos pontos
mais sombrios do pontificado" de
Pio 12. Segundo informações de
diplomatas e personalidades da
época, ele e seus colaboradores
estariam a par das deportações e
do extermínio de judeus promovidos pela Alemanha nazista.
"Tratava-se de notícias de importância considerável, embora
se minimizasse seu alcance, quase
sempre por um espírito de excessiva prudência ou simplesmente
porque se acreditava que era um
exagero", escreveu a "Civiltá Cattolica".
A Secretaria de Estado do Vaticano havia sido informada de que
entre 70 mil e 80 mil judeus da
Tchecoslováquia "podiam ser
considerados mortos" e de que ao
menos outros 2 milhões de judeus
teriam sido assassinados, segundo dados entregues pelo chefe de
polícia da Croácia ao enviado especial do Vaticano.
Diversas testemunhas citadas
pela "Civiltá Cattolica" disseram
que Pio 12 estava convencido de
que havia feito todo o possível em
sua mensagem de Natal, apesar
das críticas feitas contra ele.
Em resposta a críticas de uma
autoridade polonesa, por exemplo, o papa teria dito: "Estou surpreso e triste. Sim, muito triste.
Nem uma palavra de reconhecimento quando eu disse tudo, tudo". Para a revista, os papas, como o restante dos homens, "têm
qualidades e limites" e os historiadores julgaram severamente Pio
12 por seus discursos "prudentes
demais" sobre o Holocausto, sem
levar em conta "o temperamento,
a sensibilidade e a cultura de Eugenio Pacelli".
Com agências internacionais
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