São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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ARGENTINA

Ela nega adoção ilegal

Dona do "Clarín" vai para prisão domiciliar

DE BUENOS AIRES

A Justiça argentina transferiu ontem para prisão domiciliar a empresária Ernestina Herrera de Noble, 77, principal acionista do Grupo Clarín -um dos maiores grupos de comunicação do país. De Noble estava detida desde terça-feira por ordem de um juiz que analisa o caso de suposta falsificação de documentos no processo de adoção de seus dois filhos.
Segundo denúncia da associação Avós da Praça de Maio, é possível que as duas crianças adotadas por De Noble em 1976 sejam filhos de desaparecidos políticos. Anteontem, ela se declarou inocente das acusações de falsificação de documentos e se negou a responder perguntas da Justiça. Segundo o jornal "Clarín", ela disse que não havia condições mínimas para um julgamento justo.
A empresária e seus advogados deram poucas declarações. Na defesa, os advogados argumentam que os documentos da mãe de um dos filhos teriam sido falsificados sem o conhecimento da empresária. No outro caso, argumentam que a filha foi adotada seis meses antes do desaparecimento de uma criança cuja família suspeita ter sido entregue a De Noble.
Associações de empresas de comunicação e o presidente Eduardo Duhalde criticaram a atuação do juiz Roberto Marquevich. Na avaliação de Duhalde, ele teria atuado de forma "teatral".
Os advogados avaliam que a prisão foi resultado de "abusos processuais", que a empresária foi detida antes de ser convocada a depor e que o juiz postergou procedimentos para mantê-la detida.


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