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AMÉRICA LATINA
Escrito em 2000, documento revelado pelo jornal "El Tiempo" diz que ação não altera o padrão do narcotráfico
Relatório da CIA prevê fracasso do Plano Colômbia
DA REDAÇÃO
O Plano Colômbia, programa
antidrogas financiado por Washington, não reduzirá a produção
de narcóticos nem sua oferta nos
Estados Unidos, concluiu um documento da CIA (agência de inteligência americana) escrito em
2000 e revelado ontem pelo jornal
"El Tiempo", de Bogotá.
O documento "O impacto potencial do Plano Colômbia no tráfico de coca nos Andes: um exame
de dois cenários" foi finalizado
meses antes de o plano ter sido
colocado em prática.
Até agora, o governo colombiano recebeu cerca de US$ 2,5 bilhões do governo norte-americano. Outros US$ 700 milhões estão
previstos para este ano. O país é o
terceiro em volume de ajuda financeira de Washington, atrás
apenas de Israel e do Egito.
Como diz o título, faz duas projeções distintas. O primeiro cenário aponta que, até 2005, fim do
cronograma inicial do Plano Colômbia, o país terá erradicado cerca de 50% das plantações de coca
nos Departamentos de Caquetá e
Putumayo, este com forte presença das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia),
guerrilha terrorista de esquerda.
Segundo o "El Tiempo", essa foi
a meta estipulada durante a elaboração do Plano Colômbia, ainda no governo do democrata Bill
Clinton (1993-2001).
"Ainda que esses resultados
conduzam a algumas mudanças
nos padrões do tráfico e na produção na Colômbia, não alterarão
o negócio da coca de forma significativa nem na Colômbia nem na
região andina", diz o relatório.
A segunda tese estima que a
destruição das plantações de coca
-feita por meio de pulverização
aérea- venha a ser de 80%.
"Os traficantes colombianos
tratarão de compensar a redução
da produção de coca no país importando pasta de coca de países
vizinhos, especialmente o Peru.
Como resultado, esse cenário de
80% conduzirá quase certamente
a um aumento dos cultivos nos
países vizinhos", diz o relatório.
As censuras da CIA repetem as
dos críticos do plano, que também prevêem uma migração do
cultivo e do tráfico.
Em entrevista no domingo, o
embaixador dos EUA em Bogotá,
William Wood, admitiu que, apesar do recorde de área pulverizadas, não houve um impacto substancial no consumo de drogas nos
EUA. O governo colombiano não
comentou o relatório.
Com agências internacionais
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