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Presidente evita falar de desafios futuros
The Washington Post - de Washington
EUA - "O presidente Bush ofereceu ontem à noite pouco de
uma descrição do estado da
União e muito de um apelo inicial
em busca da reeleição." Com essa
frase o jornal "Washington Post"
abriu o ironicamente intitulado
editorial "Estado da Plataforma",
que traz severas críticas à administração republicana.
Segundo o diário da capital norte-americana, o presidente, com
todo o direito, assumiu o crédito
pela deposição de Saddam Hussein e pelo ambicioso plano de
transformar o Oriente Médio.
"Ainda assim, como já ocorreu
muitas vezes, o sr. Bush não se deteve nos desafios que restam à
frente no Iraque e não fez qualquer menção ao seu custo provável. E, como antes, propôs gastar
ainda mais e taxar ainda menos,
apesar das dívidas cada vez maiores do governo. Foi difícil não se
impressionar com a natureza pequena de algumas propostas do
sr. Bush, com os objetivos claramente políticos de outras e, acima
de tudo, com a recusa em enfrentar algumas das sérias questões
que estão diante do país."
Na opinião do "Washington
Post", o presidente George W.
Bush acertou ao prestar homenagens aos militares norte-americanos que morreram no Iraque.
"No entanto não ofereceu nenhuma reflexão sobre suas exageradas ou errôneas alegações a respeito das armas do Iraque feitas
no Discurso sobre o Estado da
União há um ano. Em vez disso,
ele tentou ocultar a distância entre o que havia dito e o que foi encontrado com uma breve e dolorosa referência a "atividades do
programa relacionado a armas de
destruição em massa"."
A crítica do "Washington Post"
quanto à superficialidade do discurso de Bush sobre a política externa também se repetiu para os
trechos em que o presidente abordou assuntos internos dos Estados Unidos. O editorial destacou
que Bush gastou com a reforma
da Previdência Social a metade do
tempo que empregou para recomendar aos atletas profissionais
"que se livrassem imediatamente
dos esteróides".
"Diante de déficits recordes, um
caro novo programa de remédios
e custos cada vez mais elevados
no Iraque e Afeganistão, foi de tirar o fôlego, e ao mesmo tempo
pouco surpreendente, que o sr.
Bush tenha repetido seu apelo para que o corte de impostos se torne permanente. Nós gostaríamos
muito de um debate nacional responsável para colocar a Previdência Social em uma rota financeira
sustentável, mas a despreocupada
ressuscitação da proposta de sua
campanha de 2000 para a criação
de contas privadas é incapaz de
confrontar os custos e complexidades de tal mudança."
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