São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 2006

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IRAQUE SOB TUTELA

Talabani não estava nos veículos; atentado feriu cinco

Insurgência ataca comboio de auxiliares do presidente

DA REDAÇÃO

Cinco funcionários da Presidência iraquiana foram feridos por uma bomba acionada por controle remoto numa estrada a 70 km ao sul de Kirkuk. O presidente do Iraque, Jalal Talabani não estava no comboio, disse o coronel Abbas al Bayati, porta-voz da polícia.
A bomba explodiu quando os veículos da Presidência se aproximavam da cidade de Tuz Khurmatu, na madrugada de sexta para sábado. O grupo voltava para Bagdá, procedente do Curdistão. O presidente Talabani é curdo.
Segundo a Reuters, o ato traz a marca de autoria da insurgência sunita, ainda inconformada com a hegemonia política dos curdos e xiitas, reiterada pelas eleições de 15 de dezembro, cujos resultados foram anunciados na última sexta-feira -a aliança xiita ficou com 128 das 275 cadeiras do Conselho Nacional.
O presidente iraquiano raramente utiliza a malha rodoviária para seus deslocamentos dentro do país. Prefere viajar de avião ou helicóptero, em razão da insegurança das estradas.
É provável, assim, que os insurgentes não visassem diretamente Talabani. Mas sabiam que dariam uma prova de força ao atingirem funcionários e assessores, de graduação e identidade não reveladas pelo governo. A Associated Press diz que entre eles havia guarda-costas.
Outra bomba numa rodovia matou um civil britânico, informou ontem, em Londres, o Ministério das Relações Exteriores. Stephen Enwright, 30, trabalhava para uma empresa de segurança, e sua morte ocorreu na última quinta-feira. O porta-voz da chancelaria britânica não informou o local do atentado.
Num sábado coalhado por incidentes, outra bomba na beira de uma estrada matou um civil nas imediações de Karbala. Um carro-bomba explodiu ao meio-dia num mercado do bairro de Shaab, em Bagdá. A explosão feriu quatro pessoas e destruiu uma loja.
Atiradores matavam pouco depois um major do Exército iraquiano, Raid Maamoun, seu filho e seu guarda-costas. O ataque ocorreu em Qadisiyah, 50 km ao sul de Tirkit.
Um outro militar, o major Haider Mohammed, foi morto ao sair de sua casa em Diwaniyah, cidade ao sul da capital. Ainda em Bagdá, três açougueiros foram mortos por rajadas de metralhadora disparadas de um automóvel.

Apelo por jornalista
Um grupo de representantes da comunidade muçulmana nos Estados Unidos chegou ontem a Bagdá para participar das gestões para libertar a jornalista Jill Carroll, repórter do "Christian Science Monitor", seqüestrada no dia 7 de janeiro.
"Nós somos as únicas pessoas que vieram de fora do Iraque para pedir pela libertação de Jill, e temos muita esperança de que nossa mensagem, em nome dos muçulmanos americanos, será ouvida", disse Nuhad Awad, membro do Conselho das Relações Americano-Islâmicas.
Os seqüestradores da jornalista ameaçaram matá-la na sexta à noite caso o comando americano no Iraque não libertasse todas as mulheres iraquianas presas sob suspeita de vínculos com a insurgência.
Os EUA confirmaram que têm sob sua custódia nove iraquianas, mas não comentaram se alguma delas será solta.


Com agências internacionais


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