São Paulo, sexta, 22 de janeiro de 1999

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ESTADO X IGREJA
Atritos têm marcado relação

da "Reuters"

A visita do papa João Paulo 2º ao México ocorre no melhor momento da história para as relações entre o governo do país e a Igreja Católica.
Os mais velhos ainda se lembram do tempo em que padres eram caçados e mortos. Há apenas sete anos, sacerdotes não podiam votar, sair às ruas usando batina ou celebrar missas ao ar livre.
Em 1992, o país estabeleceu relações diplomáticas com o Vaticano, e o relacionamento entre Estado e igreja melhorou. O presidente mexicano, Ernesto Zedillo, foi o primeiro chefe de Estado do país a visitar o papa em Roma.
Mas ainda há problemas. Diversos padres foram expulsos do Estado de Chiapas, palco da revolta zapatista. Também há divergência quanto às políticas oficiais para educação (a igreja não pode dirigir escolas primárias) e saúde (particularmente campanhas que pregam o uso da camisinha), além da adesão à economia de mercado.
Um dos episódios mais marcantes do conflito entre governo e igreja no México foi a guerra civil desencadeada por leis que colocaram a Igreja Católica sob controle do Estado, na década de 20.
Líderes religiosos do Estado de Tabasco, no golfo do México, passaram a se recusar a celebrar missas. Camponeses protagonizaram um levante armado contra o governo.
A repressão foi severa. O nome da capital de Tabasco foi mudado de San Juan Bautista para Villahermosa. A catedral da cidade foi transformada em um ginásio de esportes, e padres foram forçados a se casar com concubinas.



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