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País terá 10 milhões de evangélicos em 2000
das agências internacionais
A visita de João Paulo 2º ao México acontece no momento em que
outras religiões cristãs -entre elas
algumas seitas- crescem vertiginosamente no país.
Segundo projeções do governo,
elas poderão reunir 10 milhões de
mexicanos no ano 2000, quase 10%
da população. Estima-se em 90 milhões (cerca de 90% da população)
o número de católicos.
Em 1990, o protestantismo era
praticado por apenas 2% das pessoas, contra 97% de católicos.
Entre as igrejas não-católicas
mais importantes do país estão a
Igreja da Luz do Mundo (1,5 milhão de fiéis), Testemunhas de Jeová (600 mil), cultos presbiterianos
(cerca de 900 mil) e os mórmons
(900 mil).
A situação que o papa verá no
país tem paralelos com a que encontrou no Brasil em 1997. Na ocasião, ele disse se preocupar com a
perda de fiéis para as "seitas" cristãs (referência aos evangélicos).
Segundo dados de 97 da CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil), a Igreja Católica perde
600 mil fiéis por ano, grande parte
deles para grupos evangélicos. O
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima que havia 4,8 milhões de evangélicos no
Brasil em 1980. Esse número já teria ultrapassado os 18 milhões.
O sociólogo mexicano Roberto
Blancarte diz que o crescimento
dessas práticas religiosas se dá em
maior escala em regiões fronteiriças do México.
Ao norte, há a influência de igrejas dos EUA, fortalecida pelo movimento de milhões de mexicanos
que cruzam a fronteira para trabalhar em solo norte-americano.
Ao sul, na Província de Chiapas,
é forte a presença de presbiterianos, adventistas e testemunhas de
Jeová. Cerca de 40% da população
dessa região, área de atuação da
guerrilha indígena zapatista, se define como não-católica.
O antropólogo Elio Masferrer,
coordenador da Subsecretaria de
Assuntos Religiosos, aponta algumas razões para a expansão do
protestantismo mexicano.
Segundo ele, muitos acham a
oferta de salvação dos católicos
"muito flexível". Os outros grupos
têm visão mais agressiva do pecado e conseguem levar os fiéis a deixar o álcool, o adultério ou a prostituição. Masferrer diz também
que a Igreja Católica trabalha com
multidões, enquanto a relação
evangélica entre pastores e fiéis é
mais pessoal.
A convivência entre católicos e
evangélicos é complicada em algumas partes do país. Em Chiapas, alguns povoados já foram afetados
pela expulsão de católicos por
evangélicos, e vice-versa.
²
Colaborou a Redação
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