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EUA
Congressistas questionam acordo que permite a empresa dos Emirados Árabes Unidos assumir seis grandes portos no país
Controle árabe de portos complica Bush
WILL LESTER
DA ASSOCIATED PRESS, EM WASHINGTON
O líder da maioria republicana
no Senado dos EUA, Bill Frist, pediu ontem ao governo do também
republicano George W. Bush que
suspenda um acordo pelo qual
uma empresa dos Emirados Árabes Unidos assume a gestão de
seis grandes portos americanos.
"A decisão de finalizar esse
acordo deve ser suspensa até o governo rever a questão mais a fundo", disse Frist. "Se a administração não puder adiar esse processo, pretendo propor uma lei para
garantir a suspensão do acordo
até a decisão ter sido revista."
Mas Bush rechaçou a pressão e
disse que, se o Congresso aprovar
a lei para suspender o acordo, ele
a vetará. "Depois de uma revisão
cautelosa por nosso governo,
acredito que a transação deve
prosseguir", afirmou a repórteres.
A empresa estatal Dubai Ports
World comprou a companhia
britânica Peninsular and Oriental
Steam Navigation, que administra as principais operações comerciais nos portos de Baltimore,
Miami, Newark, Nova Orleans,
Nova York e Filadélfia. Deve assumir o controle em 2 de março.
A iniciativa de Frist acirra uma
discussão sobre segurança que
opõe a Casa Branca a parlamentares, governadores e prefeitos.
Os críticos da transação observaram que alguns dos seqüestradores de 11 de Setembro usaram
os Emirados como base operacional e financeira e afirmam que o
país foi ponto de transferência para componentes nucleares contrabandeados enviados por um
cientista paquistanês ao Irã, Coréia do Norte e Líbia.
Mas o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, descreveu o país
como importante parceiro militar
estratégico e disse que não haverá
mudanças na segurança. "A
Guarda Costeira é a encarregada
da segurança, não a empresa. Todos nós lidamos regularmente
com os Emirados. É um país envolvido na guerra global contra o
terror, com o qual temos relações
militares muito estreitas", disse.
O fato é que no clima vigente
desde o 11 de Setembro, a decisão
de autorizar a transação pode se
transformar numa grande dor de
cabeça para a Casa Branca.
Os governadores de Nova York,
George Pataki, e Robert Ehlrich,
de Maryland, ambos republicanos, já indicaram que podem cancelar os acordos em seus Estados.
No Congresso, deputados como
o republicano Peter King e senadores como o democrata Charles
Schumer ameaçam apresentar
uma lei para bloquear o acordo.
Tradução de Clara Allain
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