São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

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Insurgentes usam bomba com gás cloro em ataque; militares temem tendência

DO NEW YORK TIMES

Pela terceira vez em menos de um mês, insurgentes lançaram mão ontem de uma nova e mortífera tática contra civis iraquianos: uma bomba química que combina explosivos a gás cloro.
Uma camionete levando ampolas do gás -que queima a pele e, se aspirado em doses concentradas, pode ser fatal- explodiu perto de um posto de combustível a sudoeste de Bagdá. Pelo menos duas pessoas morreram, e outras 32 foram hospitalizadas com problemas respiratórios.
Na véspera, em Taji, a explosão de uma bomba sob um caminhão que transportava cloro matou nove pessoas e feriu outras 148. Relatórios militares americanas registram um ataque semelhante em 28 de janeiro, quando 16 pessoas morreram em Ramadi, no oeste do país, devido à explosão de outro caminhão com cloro.
Ataques usando cloro têm o potencial de serem muito mais mortíferos, mas os ocorridos no Iraque aparentemente foram mal executados -a maior porte da substância foi queimada em vez de se espalhar no ar.
Ainda assim, autoridades norte-americanas e iraquianas vêem os ataques como um novo esforço de espalhar pânico e caos no país no momento em que Bagdá coloca em prática um novo plano de segurança e em que os EUA reforçam seu contingente.
O brigadeiro Qasim Atta, porta-voz das forças iraquianas para a segurança em Bagdá, descreveu as bombas contra caminhões com cloro como "uma maneira nojenta" de atacar iraquianos vulneráveis, sobretudo crianças.
O coronel Christopher Garver, porta-voz militar americano, ressaltou que os ataques com substâncias químicas refletem a capacidade de rápida adaptação das diversas milícias iraquianas, que muitas vezes adotam as novas táticas lançadas por outros grupos e passam a reproduzir o tipo de ataque que chama mais atenção ou que causa maior destruição.

Cercanias
A geografia dos ataques dos últimos dois dias -ambos no entorno da capital- sugerem ainda que o novo plano de segurança pode estar "empurrando" a violência para as adjacências da zona central de Bagdá, agora mais policiada.
O general William Caldwell, principal porta-voz militar americano na capital, disse que as forças de segurança constataram que, embora as mortes e ataques tenham diminuído em Bagdá nas últimas semanas, a periferia passa por um aumento da violência.
Os comandantes agora consideram mover pelo menos uma brigada para a Província de Diyala, ao norte de Bagdá, onde são freqüentes os confrontos entre insurgentes sunitas e soldados americanos.
Também ontem, um homem-bomba se explodiu em uma barreira policial no centro de Najaf, cidade xiita no sul do país. Ao menos dez pessoas morreram e 36 foram feridas.


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