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Insurgentes usam bomba com gás cloro em ataque; militares temem tendência
DO NEW YORK TIMES
Pela terceira vez em menos
de um mês, insurgentes lançaram mão ontem de uma nova e
mortífera tática contra civis
iraquianos: uma bomba química que combina explosivos a
gás cloro.
Uma camionete levando ampolas do gás -que queima a pele e, se aspirado em doses concentradas, pode ser fatal- explodiu perto de um posto de
combustível a sudoeste de Bagdá. Pelo menos duas pessoas
morreram, e outras 32 foram
hospitalizadas com problemas
respiratórios.
Na véspera, em Taji, a explosão de uma bomba sob um caminhão que transportava cloro
matou nove pessoas e feriu outras 148. Relatórios militares
americanas registram um ataque semelhante em 28 de janeiro, quando 16 pessoas morreram em Ramadi, no oeste do
país, devido à explosão de outro
caminhão com cloro.
Ataques usando cloro têm o
potencial de serem muito mais
mortíferos, mas os ocorridos
no Iraque aparentemente foram mal executados -a maior
porte da substância foi queimada em vez de se espalhar no ar.
Ainda assim, autoridades
norte-americanas e iraquianas
vêem os ataques como um novo
esforço de espalhar pânico e
caos no país no momento em
que Bagdá coloca em prática
um novo plano de segurança e
em que os EUA reforçam seu
contingente.
O brigadeiro Qasim Atta,
porta-voz das forças iraquianas
para a segurança em Bagdá,
descreveu as bombas contra caminhões com cloro como "uma
maneira nojenta" de atacar iraquianos vulneráveis, sobretudo
crianças.
O coronel Christopher Garver, porta-voz militar americano, ressaltou que os ataques
com substâncias químicas refletem a capacidade de rápida
adaptação das diversas milícias
iraquianas, que muitas vezes
adotam as novas táticas lançadas por outros grupos e passam
a reproduzir o tipo de ataque
que chama mais atenção ou que
causa maior destruição.
Cercanias
A geografia dos ataques dos
últimos dois dias -ambos no
entorno da capital- sugerem
ainda que o novo plano de segurança pode estar "empurrando" a violência para as adjacências da zona central de Bagdá,
agora mais policiada.
O general William Caldwell,
principal porta-voz militar
americano na capital, disse que
as forças de segurança constataram que, embora as mortes e
ataques tenham diminuído em
Bagdá nas últimas semanas, a
periferia passa por um aumento da violência.
Os comandantes agora consideram mover pelo menos uma
brigada para a Província de Diyala, ao norte de Bagdá, onde
são freqüentes os confrontos
entre insurgentes sunitas e soldados americanos.
Também ontem, um homem-bomba se explodiu em
uma barreira policial no centro
de Najaf, cidade xiita no sul do
país. Ao menos dez pessoas
morreram e 36 foram feridas.
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