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Saída do Iraque começa em meses, diz Blair
Segunda força estrangeira hoje no país, Reino Unido deve retirar até 2.100 de seus soldados neste ano e manter 5.000
Premiê evita fixar datas, mas analistas crêem que operação vá ocorrer em maio, quando trabalhista deve deixar seu posto
DA REDAÇÃO
Principal aliado norte-americano na Guerra do Iraque, o
primeiro-ministro do Reino
Unido, Tony Blair, anunciou
ontem o início da retirada das
tropas britânicas que estão no
país, como havia adiantado a
imprensa britânica.
Em seu discurso semanal no
Parlamento, Blair afirmou que
1.600 soldados voltarão ao Reino Unido nos próximos meses,
sendo que 500 outros devem
deixar o Iraque até o fim do verão setentrional (setembro).
Com 7.100 militares hoje no
Iraque, o Reino Unido é a segunda força militar estrangeira
naquele país. As tropas de ocupação já chegaram a ter 9.000
britânicos em 2004 e 2005,
contingente que vem sendo reduzido gradativamente. Mas
esta é a primeira vez que Londres anuncia formalmente a
saída de uma parcela significativa de seus soldados.
Os americanos, por sua vez,
mantêm no Iraque 132 mil soldados e pretendem enviar mais
21,5 mil, sob a nova estratégia
de George W. Bush para o país.
Blair enfatizou, no entanto,
que parte das tropas britânicas
será mantida em 2008. "A presença militar do Reino Unido
[no Iraque] continuará em
2008, pelo tempo que formos
necessários", disse.
A Província iraquiana com
maior presença britânica é Basra, no predominantemente xiita sul do país. A área -menos
violenta do que a capital e o
oeste- é o principal pólo petroleiro iraquiano, e o comando da
segurança local já foi transferido para o governo em Bagdá.
Legado
Embora Blair não tenha determinado a data do início da
retirada, analistas acreditam
que ela será próxima da saída
do premiê do governo -ele já
anunciou que deixará o posto
neste ano, e especialistas crêem
que isso ocorra em maio.
A decisão de retirada parcial
pode ser vista como uma tentativa de deixar um legado mais
positivo ante a queda da popularidade do premiê. Entre os
motivos da rejeição a Blair estão o fato de a maioria dos britânicos ser contra a permanência no Iraque e um escândalo
envolvendo a venda de títulos
na Câmara dos Lordes.
Pesquisa de opinião divulgada anteontem pelo jornal
"Guardian" apontava os trabalhistas de Blair 13 pontos percentuais atrás dos conservadores na corrida ao Parlamento.
Coalizão
O vice-presidente dos EUA,
Dick Cheney, saudou a decisão
dos britânicos e afirmou, na rede de TV ABC japonesa, que ela
é "uma confirmação do fato de
que, em partes do Iraque (...), as
coisas estão indo muito bem".
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou que a saída dos britânicos
deixa "a coalizão intacta". Blair
já havia falado ao telefone com
Bush na véspera sobre o tema.
A Dinamarca, que tem cerca
de 470 soldados no país do
Oriente Médio, anunciou que
até agosto terá apenas 55.
O terceiro país da coalizão é
hoje a Coréia do Sul, com 2.300
soldados, seguido por Polônia e
Austrália, com 900 cada. A
Geórgia tem 800 soldados.
Com agências internacionais
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