São Paulo, segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

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Argentina diz estar com as mãos atadas

DE BUENOS AIRES

Embora insista na "via diplomática" para dirimir a questão da exploração de petróleo nas Malvinas, a Argentina admite ser "impossível obrigar o país [Reino Unido] a negociar".
Foi o que disse o vice-chanceler argentino, Victorio Taccetti, à BBC Brasil, ao referir-se ao pleito que o chanceler Jorge Taiana levará na quarta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para convencer Londres a "sentar para dialogar sobre a soberania e superar essa anacrônica situação colonial".
Além de impor, na semana passada, barreira à circulação de navios em águas argentinas e entre seus portos, com o fim de dificultar e encarecer as ações de prospecção britânicas, a Casa Rosada estuda sanções às petroleiras envolvidas no caso.
Mas a britânica Desire Petroleum ratificou seu cronograma de trabalho, que previa para ontem o início das perfurações.
Um advogado e um ex-deputado argentinos apresentaram na Justiça denúncia contra a inclusão pelo governo do banco Barclays -acionista da Desire Petroleum- entre os operadores de sua futura proposta de troca da dívida. Citaram incoerência da Casa Rosada e pedem a exclusão do banco.
A aposta argentina em sanções econômicas e censura internacional a Londres tem sido criticada como pouco inteligente. O ex-vice-chanceler Andrés Cisneros disse que "a filosofia do tudo ou nada sempre termina em nada para o lado mais frágil", em artigo no "Clarín", em que pede mais flexibilidade e inteligência ao governo.


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