São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

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Americano preso no Paquistão é da CIA

Raymond Davis, detido em janeiro, prestava serviços à agência de inteligência, segundo fontes americanas

Episódio estremece a relação entre Paquistão e EUA, países aliados no combate a extremistas no vizinho Afeganistão

MARK HOSENBALL
DA REUTERS, EM WASHINGTON

Raymond Davis, o americano detido no Paquistão por acusação de duplo homicídio no mês passado, é empregado pela CIA como prestador de serviços, mas não tinha envolvimento em operações sigilosas, disseram fontes dos EUA que acompanham o caso de perto.
Davis, que se encontra detido em prisão de Lahore em meio a tensa disputa diplomática entre EUA e Paquistão sobre sua possível imunidade diplomática, trabalhava como "agente de proteção", disseram as fontes.
Seus deveres como agente de proteção -basicamente, um guarda-costas- consistiam em dar segurança física a autoridades consulares e da Embaixada dos EUA, além de dignitários americanos em visita ao Paquistão.
Os funcionários desmentiram relatos da mídia segundo os quais Davis faria parte de uma equipe secreta de agentes liderados pela CIA que estaria espionando grupos militantes no Paquistão.
Eles insistiram que ele não fazia parte de nenhuma equipe de operações secretas.
Duas fontes confirmaram que Davis, ex-integrante das Forças Especiais americanas, trabalhou anteriormente como agente de segurança contratado da Xe Services, uma empresa privada controversa conhecida anteriormente como Blackwater.
A revelação do vínculo entre o americano detido e a CIA foi feita no momento em que o governo Barack Obama insistia que Davis tem imunidade diplomática e deve ser libertado pelo Paquistão.
O caso provocou revolta no Paquistão, de cuja ajuda Washington depende para reprimir militantes islâmicos que atacam tropas americanas no vizinho Afeganistão.
Nos últimos dias a notícia de uma possível conexão de Davis com a CIA foi veiculada pela imprensa. Davis se encontra detido desde o mês passado, acusado de assassinar dois homens que, segundo ele próprio, estavam tentando assaltá-lo em Lahore.

Tradução de CLARA ALLAIN


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