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AFEGANISTÃO
Mirwais Sadiq era filho do poderoso Ismail Khan, governador de Herat; circunstâncias da morte não estão claras
Ministro da Aviação afegão é assassinado
DA REDAÇÃO
Combatentes leais a Zaher Naib
Zada, um chefe de guerra da região de Herat, no oeste do Afeganistão, mataram ontem o ministro da Aviação do país, Mirwais
Sadiq, desencadeando uma onda
de violência com armas pesadas e
com tanques na qual cerca de cem
pessoas morreram, segundo disse
Zada à agência de notícias Associated Press.
A morte de Sadiq, filho do poderoso governador de Herat, Ismail Khan, que era um dos líderes
da Aliança do Norte (grupo liderado por chefes de guerra que
contribuiu ativamente para a deposição do regime do Taleban),
tende a deixar ainda mais instável
a situação na região. Sadiq foi a
terceira autoridade assassinada
nos últimos tempos.
Em Cabul, o ministro da Defesa,
Mohammed Fahim, ordenou um
cessar-fogo imediato e o envio do
Exército Nacional Afegão, que, recentemente, terminou um treinamento ministrado por militares
americanos, à região -para tentar controlar a situação.
Suas ordens foram dadas após
uma reunião de emergência do
gabinete do presidente Hamid
Karzai, cujo poder, de acordo
com analistas, se concentra em
Cabul, já que, no interior do país,
chefes de guerra ou tribais locais
são considerados mais importantes pela população.
De acordo com Khaleeq Ahmed, porta-voz da Presidência,
Sadiq foi morto em seu carro, mas
os detalhes do caso ainda não estavam claros para as autoridades.
Porém Zada conversou, por telefone, com a Associated Press e
disse que seus comandados tinham matado o ministro da Aviação num enfrentamento ocorrido
depois que Sadiq tinha ido à casa
de Zada para despedi-lo. Zada é
comandante militar da região.
Posteriormente, as forças de Zada e soldados fiéis a Sadiq entraram em conflito pelo controle da
sede da divisão militar comandada por Zada. Segundo ele, foram
usados tanques, metralhadoras e
foguetes no enfrentamento.
Zada afirmou ainda que cerca
de cem pessoas morreram e que
estava escondido no prédio de sua
divisão militar.
Trabalhadores internacionais
que lidam com ajuda humanitária
disseram, também por telefone,
ter ouvido muitos tiros e explosões. Funcionários da ONU tiveram de ficar escondidos no prédio
da organização na região.
Porém um policial de Herat divulgou outra versão do ocorrido.
Ele disse que Sadiq tinha ido à casa de Zada para tentar obter informações sobre a morte de três civis
acontecida dois dias antes. Eles teriam sido mortos pelas forças comandadas por Zada.
Alguns ministros do gabinete
de Karzai também pretendiam ir
a Herat para tentar determinar o
que realmente ocorrera, de acordo com Ahmed.
Militares americanos que
atuam na região ficaram em sua
base, em posição de defesa, segundo um porta-voz militar. Os
EUA disseram tratar-se de um
"assunto interno afegão".
Karzai, que, em 2002, escapou a
uma tentativa de assassinato, afirmou que estava "profundamente
chocado" com a morte de seu ministro e enviou condolências a
Khan. Sadiq era visto como o representante de seu pai no governo
de Karzai.
Este chegou ao poder depois
que forças lideradas pelos EUA
-ajudadas pela Aliança do Norte- depuseram o Taleban, regime extremista que dava abrigo a
Osama bin Laden, líder da rede
terrorista Al Qaeda. Esta foi responsável pelo 11 de Setembro.
Com agências internacionais
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