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IRAQUE OCUPADO
Congressistas dos EUA, Carter e Zapatero vêem erros na presença da coalizão; ataques matam cinco
Críticas à ocupação são intensificadas
DA REDAÇÃO
Dois americanos e três iraquianos morreram entre a noite de sábado e ontem em atentados no
Iraque. As ações ocorreram em
meio à intensificação das críticas à
ocupação do Iraque pela coalizão
liderada pelos EUA, um ano depois do início da ofensiva.
Anteontem, mais de 1,7 milhão
de pessoas saíram às ruas de várias cidades do mundo para protestar contra a ocupação. O futuro
premiê espanhol, José Luis Zapatero, afirmou que a retirada de
suas tropas do Iraque é inevitável.
"O retorno das forças espanholas
é uma decisão difícil de ser evitada", disse ele ao diário espanhol
"El País".
Para Zapatero, a ONU poderia
assumir o controle do Iraque ao
redor de 30 de junho, data marcada para os EUA transferirem a soberania aos iraquianos. "A única
forma viável de ocupação seria a
ONU assumir o controle político
para que forças multinacionais,
inclusive de países árabes, estejam
envolvidas", afirmou.
O chanceler iraquiano, Hoshiyar Zebari, disse que o Iraque pedirá à ONU que seja aprovada
uma resolução que legitime a
transferência de poder das autoridades da coalizão aos iraquianos.
Congressistas americanos afirmaram que os EUA estão perdendo credibilidade na Europa devido à situação no Iraque. Para eles,
é preciso agir rápido para reparar
o estrago ou enfrentar uma erosão do apoio ao combate ao terror. "Se você fosse o presidente e
eu fosse secretário de Estado, eu
diria: "Pegue o avião agora e vá para a Europa. Este é o momento de
se unir à Europa'", disse o senador democrata Joseph Biden.
O ex-presidente dos EUA
Jimmy Carter (1977-81) criticou o
presidente George W. Bush e o
premiê britânico, Tony Blair, por
levarem adiante uma guerra desnecessária no Iraque, baseada em
"mentiras e equívocos".
Os insurgentes iraquianos lançaram mísseis contra a "zona verde", região de Bagdá que abriga o
quartel-general das forças da coalizão, matando ao menos dois iraquianos e ferindo cinco. Em Fallujah, mísseis mataram dois soldados americanos. Em outro episódio, um iraquiano morreu.
Sistani
O aiatolá xiita Ali al Sistani enviou uma carta para um dos conselheiros do secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, para criticar a
Constituição interina iraquiana,
apoiada pelos EUA.
Ele afirmou que a ONU não deve endossar a nova Carta -que
prevê uma Presidência compartilhada entre um xiita, um sunita e
um curdo- pois ela poderá provocar uma cisão no país.
Com agências internacionais
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