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Venezuela corta energia de 80 empresas
Punição aos que descumpriram metas de redução faz parte de medidas para amenizar crise energética
DA REDAÇÃO
Em emergência elétrica há
um mês, a Venezuela anunciou
ontem um corte de energia com
duração de 24 horas em 80 empresas que não reduziram o seu
consumo em 20%, como exigia
o pacote de medidas do presidente Hugo Chávez para combater a grave crise no setor.
Restaurantes, lojas, hotéis,
academias, concessionárias de
veículos e até uma unidade da
japonesa Sony estão na lista de
empresas punidas.
O pacote prevê a cobrança de
multa dos consumidores residenciais que não consigam cortar o consumo de energia elétrica, a criação de um gabinete
de crise, e a listagem de 8.000
grandes consumidores, obrigados a cortar o consumo em
20%. As punições pelo descumprimento vão do corte de 24
horas à suspensão indeterminada do serviço.
Culpa
Para o governo venezuelano,
a responsável pela crise no setor elétrico é a seca causada pelo fenômeno climático El Niño,
que esvaziou os reservatórios
das hidrelétricas responsáveis
por 70% do abastecimento do
país. Parte da atenção se volta à
hidrelétrica de Guri, cujo reservatório está baixo. A imprensa
local acompanha diariamente a
queda do nível de água.
Com chuvas previstas para as
próximas semanas, o governo
diz que o temor de "colapso" é
infundado. Já especialistas e a
oposição veem falta de investimento no setor.
Entre os venezuelanos, segundo pesquisa da Alfredo Keller and Associates, apenas 26%
acham que o governo toma as
medidas certas no setor. Dados
do mesmo levantamento dizem
que a crise pode afetar o tradicionalmente alto nível de popularidade de Chávez, no poder
desde 1999. O estudo, divulgado pela TV Globovisión -crítica de Chávez-, revelou que o
venezuelano tem 43% de aprovação, pior índice desde 2003.
Desde o final do mês passado,
a Venezuela negocia apoio técnico do Brasil, que já enviou ao
país comitiva de técnicos de alto nível de Furnas, Eletronorte
e Itaipu. Brasil e Venezuela negociam também uma forma de
importar energia de Roraima.
O governo de Chávez recorreu
também à ajuda de Cuba, que
enviou um dos seus vices para
ajudar a debelar a crise.
Com agências internacionais
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