São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2010

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Venezuela corta energia de 80 empresas

Punição aos que descumpriram metas de redução faz parte de medidas para amenizar crise energética

DA REDAÇÃO

Em emergência elétrica há um mês, a Venezuela anunciou ontem um corte de energia com duração de 24 horas em 80 empresas que não reduziram o seu consumo em 20%, como exigia o pacote de medidas do presidente Hugo Chávez para combater a grave crise no setor.
Restaurantes, lojas, hotéis, academias, concessionárias de veículos e até uma unidade da japonesa Sony estão na lista de empresas punidas.
O pacote prevê a cobrança de multa dos consumidores residenciais que não consigam cortar o consumo de energia elétrica, a criação de um gabinete de crise, e a listagem de 8.000 grandes consumidores, obrigados a cortar o consumo em 20%. As punições pelo descumprimento vão do corte de 24 horas à suspensão indeterminada do serviço.

Culpa
Para o governo venezuelano, a responsável pela crise no setor elétrico é a seca causada pelo fenômeno climático El Niño, que esvaziou os reservatórios das hidrelétricas responsáveis por 70% do abastecimento do país. Parte da atenção se volta à hidrelétrica de Guri, cujo reservatório está baixo. A imprensa local acompanha diariamente a queda do nível de água.
Com chuvas previstas para as próximas semanas, o governo diz que o temor de "colapso" é infundado. Já especialistas e a oposição veem falta de investimento no setor.
Entre os venezuelanos, segundo pesquisa da Alfredo Keller and Associates, apenas 26% acham que o governo toma as medidas certas no setor. Dados do mesmo levantamento dizem que a crise pode afetar o tradicionalmente alto nível de popularidade de Chávez, no poder desde 1999. O estudo, divulgado pela TV Globovisión -crítica de Chávez-, revelou que o venezuelano tem 43% de aprovação, pior índice desde 2003.
Desde o final do mês passado, a Venezuela negocia apoio técnico do Brasil, que já enviou ao país comitiva de técnicos de alto nível de Furnas, Eletronorte e Itaipu. Brasil e Venezuela negociam também uma forma de importar energia de Roraima. O governo de Chávez recorreu também à ajuda de Cuba, que enviou um dos seus vices para ajudar a debelar a crise.


Com agências internacionais


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