São Paulo, terça-feira, 22 de março de 2011

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Radiação em alimentos é preocupante, avalia OMS

"É provável" que produtos contaminados tenham saído da área da usina, diz órgão

Para especialista da Unicamp, engolir as partículas radioativas faria tão mal quanto inalar esses elementos

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou ontem que a contaminação por radiação nos alimentos produzidos no Japão é mais séria do que se pensava.
O governo japonês já identificou níveis de radiação acima do considerado "normal" em espinafre e no leite nas cidades próximas à usina nuclear de Fukushima.
Desde o terremoto seguido de um tsunami que atingiu o país em 11 de março, a usina tem sofrido vazamento de radiação dos seus reatores.
A preocupação agora é com a quantidade de partículas radioativas já liberada na atmosfera. Elas podem ter contaminado fontes de alimento e de água -principalmente depois da neve que caiu nos últimos dias.
"Se a pessoa inalar partículas radioativas, vai para o pulmão. Se ingerir, vai para o sistema digestivo", explica Celso Darío Ramos, diretor do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
"De todo modo, a radiação vai para a corrente sanguínea", completa o médico.
De acordo com a OMS, a situação da contaminação pode ser considerada "séria".
"É provável que uma parcela de produtos contaminados tenha saído da zona de contaminação", disse Peter Cordingley, porta-voz do escritório regional do Pacífico Oriental da OMS, sediado em Manila (Filipinas).
Ele afirmou, entretanto, que não há evidências de que os produtos contaminados de Fukushima - que é uma região agrícola- tenham chegado a outros países.
O governo japonês ordenou ontem a suspensão da venda de leite e espinafre em cidades que ficam a até 120 km da usina de Fukushima.
Os níveis de radiação por iodo estavam acima do normal nesses produtos.
O iodo-131 é um dos elementos radioativos utilizados no processo de fissão do urânio, na usina nuclear.
Não há ainda relatos de comida contaminada na capital Tóquio, com cerca de 13 milhões de moradores.
Mas pouca quantidade de radiação -não nociva à saúde- já foi detectada na água que abastece essa cidade.
Com agências de notícias


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