São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2005 |
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Papa Bento 16 já movimenta vida turística de Roma
DO ENVIADO ESPECIAL A ROMA
Um problema apenas: pode até ser o restaurante preferido de Ratzinger, mas definitivamente não é o local que mais freqüenta. "Ele vinha aqui umas duas, três, quatro vezes por ano, talvez. Mas todo ano estava aqui", disse a sócia do suposto "restaurante do papa". Em suas visitas, contam os garçons, deixava sempre gorjeta. Segundo Gerti, Ratzinger sempre pedia o chamado prato tirolês, uma composição de várias especialidades típicas, como salsichas, goulash, chucrute e batatas a 12 euros (cerca de R$ 40). Para acompanhar, a tradicional Weissbier bávara (cerveja feita de trigo), a 3 euros (quase R$ 10) o copo alto e grande. A informação de Gerti contrasta com declarações de cardeais de que que o novo papa seria abstêmio. O local é simples, barato para os padrões romanos e atende majoritariamente turistas durante o dia, quando funciona em esquema de self-service a preço fixo, 7,5 euros (cerca de R$ 25). Havia três mesas com religiosos ontem, dentro da média dos restaurantes das redondezas do Vaticano. Mais afastado dali, num beco próximo da via Gregório 7º, outro que dava risadas ontem era Luigi Inglese. Ele é o dono da ILD, uma empresa especializada em lembranças religiosas. "Já tínhamos tido um grande ganho com o aumento nas vendas de produtos relacionados a João Paulo 2º, embora obviamente não estejamos faturando em cima de uma morte. Agora é a vez de Bento 16", afirmou. Os seus sete funcionários estão trabalhando em turno dobrado para atender à demanda dos peregrinos que virão à primeira missa do novo papa, no domingo. É uma tropa multinacional, com um peruano, um equatoriano e dois poloneses. Entre santinhos, missários, rosários perfumados, chaveiros, porta-moedas e outros badulaques, acredita que venderá cerca de 300 mil itens. Ele já recebeu encomendas de lojas, mas faz também venda direta. O item mais barato, uma medalhinha ínfima, sai por 0,006 euro de lá para ser vendida por qualquer coisa entre 0,5 euro e 1 euro nas lojas e camelôs romanos. Quanto mais perto do Vaticano, mais caro, essa é a regra. O produto mais caro em produção é uma imagem em prata de Karol Wojtyla, que ele vende por 40 euros na fábrica. "Nas lojas, chegam a cobrar 140 euros", afirmou com orgulho, sem revelar seu faturamento mensal. "Varia muito, mas com certeza esse será o melhor mês do ano", disse. (IGOR GIELOW) Texto Anterior: O novo papa: Cardeal liberal saiu na frente no conclave Próximo Texto: No Brasil, Ratzinger atacou política na igreja Índice |
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