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foco
Astro chinês Jackie Chan liga democracia a caos e acadêmicos protestam
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
"Começo a achar que os
chineses precisam ser controlados. Não estou certo se é
bom ter liberdade. Se ninguém nos controla, cada um
faz o que quer."
As declarações são do ator
chinês Jackie Chan, 55, famoso por comédias e filmes de
kung fu. Ele conversava com
empresários de toda a Ásia no
Fórum Boao, a cópia chinesa
de Davos, no fim de semana.
Questionado sobre democracia e censura, Chan ainda
acrescentou que Taiwan e
Hong Kong, onde há eleições
presidenciais e legislativas
respectivamente, "viraram
um caos após ter mais liberdade". Foi aplaudido pelos
empresários presentes.
A equiparação de democracia a caos, comum entre líderes comunistas, mas rara entre artistas, causou escândalo
em Hong Kong, em Taiwan e
na internet chinesa. Um grupo de acadêmicos lançou ontem um manifesto acusando
Chan de "não entender quão
preciosa é a liberdade".
O deputado regional Albert
Ho, de Hong Kong, onde nasceu Jackie Chan, disse que os
comentários são "racistas".
"Os povos ao redor do mundo
dirigem os seus países. Por
que os chineses não podem
ter esse mesmo direito?"
Seu porta-voz declarou que
as declarações foram tiradas
de contexto. "Ele se referia
apenas à liberdade na indústria do entretenimento, não à
sociedade chinesa", disse Solon So, em comunicado.
As frases de Chan foram ignoradas pela mídia estatal
chinesa. Chan é próximo do
governo, mas seu último filme, "Incidente em Shinjuku",
que fala de máfia chinesa no
Japão, foi censurado por "excesso de violência".
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