São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 2009

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Astro chinês Jackie Chan liga democracia a caos e acadêmicos protestam

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

"Começo a achar que os chineses precisam ser controlados. Não estou certo se é bom ter liberdade. Se ninguém nos controla, cada um faz o que quer."
As declarações são do ator chinês Jackie Chan, 55, famoso por comédias e filmes de kung fu. Ele conversava com empresários de toda a Ásia no Fórum Boao, a cópia chinesa de Davos, no fim de semana.
Questionado sobre democracia e censura, Chan ainda acrescentou que Taiwan e Hong Kong, onde há eleições presidenciais e legislativas respectivamente, "viraram um caos após ter mais liberdade". Foi aplaudido pelos empresários presentes.
A equiparação de democracia a caos, comum entre líderes comunistas, mas rara entre artistas, causou escândalo em Hong Kong, em Taiwan e na internet chinesa. Um grupo de acadêmicos lançou ontem um manifesto acusando Chan de "não entender quão preciosa é a liberdade".
O deputado regional Albert Ho, de Hong Kong, onde nasceu Jackie Chan, disse que os comentários são "racistas". "Os povos ao redor do mundo dirigem os seus países. Por que os chineses não podem ter esse mesmo direito?"
Seu porta-voz declarou que as declarações foram tiradas de contexto. "Ele se referia apenas à liberdade na indústria do entretenimento, não à sociedade chinesa", disse Solon So, em comunicado.
As frases de Chan foram ignoradas pela mídia estatal chinesa. Chan é próximo do governo, mas seu último filme, "Incidente em Shinjuku", que fala de máfia chinesa no Japão, foi censurado por "excesso de violência".


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