Polícia invadiu o local para coibir venda ilegal de drogas e álcool a adolescentes

Saídas de emergências estavam obstruídas por caixas de cerveja; discoteca já tinha sido interditada em 2007 por falha de segurança

DA REDAÇÃO

Ao menos 12 pessoas -nove jovens e três policiais- morreram asfixiadas na sexta-feira ao tentarem sair de uma discoteca superlotada no norte da Cidade do México. A discoteca foi alvo de uma operação policial para coibir a venda ilegal de álcool e drogas a menores, informou a Secretaria de Segurança local.
Cerca de 20 pessoas ficaram feridas e foram levadas para um hospital também ao norte da capital mexicana.
O tumulto aconteceu no fim da tarde na discoteca News Divine. Os cerca de mil jovens -acima da capacidade do local- celebravam o fim do ano letivo.
Pouco depois de a "tardeada" (matinê) começar, a operação policial foi colocada em prática. "Infelizmente, a pessoa responsável pela discoteca pegou o microfone e disse que era uma operação da polícia", disse o secretário de Segurança, Joel Ortega. Para Ortega, essa foi a razão que levou ao pânico.
O agravante foi que a porta de emergência estava bloqueada por caixas de cervejas, enquanto na entrada principal pessoas faziam fila para entrar. "Muitas das pessoas se concentraram na saída de emergência, mas era muito pequena, e foi ali que pessoas morreram asfixiadas", afirmou.
O DJ da discoteca, Alfredo Maya Ortiz, e dois funcionários da casa foram presos. Outras 39 pessoas foram detidas por perturbar a ordem pública.
Autoridades da Secretaria de Segurança confirmaram que o comandante da operação, Guillermo González, foi afastado pelo chefe de governo, Marcelo Ebrard. González será ouvido nos próximos dias para apurar sua responsabilidade.
O secretário de Segurança negou que tivesse havido troca de tiros e que tivesse lançado gás lacrimogêneo. "Tomamos muitas precauções, mas muito depende da atitude das pessoas que estão lá dentro e da forma como se comportam", disse.
Ortega disse ainda que a discoteca já havia sido fechada ano passado devido a várias violações nas normas de segurança e outras violações, mas o dono conseguiu um recurso para reabrir o local.