DE BUENOS AIRES

Como forma de manter o controle da agenda política após derrota nas eleições legislativas do mês passado, o governo da Argentina abriu ontem uma rodada de conversas com governadores.
Pela primeira vez em seu mandato, a presidente Cristina Kirchner recebeu na Casa Rosada (sede do governo) o prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, um de seus principais opositores e pré-candidato à Presidência em 2011. A capital tem status de Província (Estado).
Desde discurso no último dia 9, em que Cristina defendeu um "amplo diálogo" nacional, o governo abriu quatro frentes de conversas: com governadores, partidos políticos, blocos opositores no Congresso e empresários. Manifestou intenção de alterar núcleos de sua política, como o controle das estatísticas e do Orçamento.
Para analistas, o governo busca dar sinais de mudança -o estilo confrontativo do casal Cristina e Néstor Kirchner é alvo de críticas-, além de manter a iniciativa política e ganhar tempo para se recompor, aproveitando a fragmentação opositora.
Com os governadores, o principal tema de diálogo é a situação econômica das Províncias, que devem fechar as contas em vermelho pelo segundo ano seguido. Macri, líder da aliança de centro-direita que derrotou o governo na Província de Buenos Aires, a maior do país, busca aval federal para obter empréstimos internacionais.


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