São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

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Ação dos EUA irritou embaixador

DE WASHINGTON

Apesar de protestos contra a repressão vindos da própria embaixada dos EUA em Buenos Aires, o regime militar argentino tinha respaldo da cúpula do governo dos EUA para usar a violência como arma contra a "subversão".
Documentos sobre a "guerra suja" argentina liberados pelo Departamento de Estado revelam que Robert Hill, embaixador dos EUA na Argentina em 1976, irritou-se várias vezes com o apoio e chancela à violência dados ao governo argentino pelo então secretário de Estado, Henry Kissinger.
No dia 10 de junho de 1976, Kissinger encontrou-se em Washington com o então chanceler argentino, César Guzzetti. Não existe transcrição desse encontro. No entanto, outros documentos oficiais, liberados há dois anos, mostram que Kissinger e o vice-presidente Nelson Rockfeller aconselharam Guzzetti a acabar com o problema do terrorismo "rapidamente".
Os papéis divulgados ontem mostram os efeitos desse encontro. Telegrama enviado a Washington pelo embaixador Hill, em outubro de 1976, mostra que o presidente Jorge Rafael Videla aceitou as palavras de Kissinger como uma chancela à repressão.
"Guzzetti foi aos EUA esperando ouvir alertas fortes, firmes e diretos sobre o respeito aos direitos humanos em seu país. Em vez disso, ele voltou em estado de júbilo, convencido que não há problemas reais com os EUA quanto a esse assunto." (MA)


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